A Viagem foi a 50ª novela das 19h da Globo. Escrita por Ivani Ribeiro, remake de sua novela homônima de 1975, com colaboração de Solange Castro Neves. Direção de Ignácio Coqueiro, Maurício Farias e Wolf Maya e direção geral de Wolf Maya. Exibida entre 11 de abril e 22 de outubro de 1994, em 167 capítulos, sucedendo Olho no Olho e antecedendo Quatro por Quatro.
Com Christiane Torloni, Antônio Fagundes, Guilherme Fontes, Maurício Mattar, Andréa Beltrão, Cláudio Cavalcanti, Lucinha Lins e Miguel Falabella nos papéis principais.
Enredo[]
Alexandre (Guilherme Fontes) era um criminoso inconsequente que matou um homem após uma tentativa de roubo e foi preso após ser delatado pelo irmão Raul (Miguel Falabella) e pelo cunhado Téo (Maurício Mattar). A única que estava do lado dele era sua irmã Diná (Christiane Torloni), que lutou para livrá-lo da cadeia. Porém, ela entrou em conflito criminalista Otávio Jordão (Antônio Fagundes), cuja vítima de Alexandre era seu amigo pessoal.
Diná é casada com Téo, que é mais novo que ela, e sente grande ciúme dele. E irmã de Estela (Lucinha Lins), que sofre por ter sido abandonada pelo marido mal caráter, e se aproxima do Dr. Alberto (Cláudio Cavalcanti), médico da família que é apaixonado por ela. Após ser condenado, Alexandre se suicida e jura vingança a todos aqueles que o prejudicaram em espírito. Então, depois de morto, passa a se vingar mirando em Raul, Téo e Otávio. Usando de más energias para prejudicá-los. E o único que percebe a presença dele é Alberto, que é médium e adepto do Espiritismo.
Porém, Alexandre não esperava que Diná fosse se apaixonar por Otávio. O espírito consegue provocar a morte de Otávio em um acidente, e este passa a viver um amor transcendental. Pouco tempo depois, Diná morre e os dois se encontram no plano espiritual, chamado Nosso Lar. Lá, o casal tenta neutralizar a má influência de Alexandre e salvar seu espírito, que está no Vale dos Suicidas.
Elenco[]
Intérprete | Personagem |
---|---|
Christiane Torloni | Diná Toledo |
Antônio Fagundes | Dr. Otávio César Jordão |
Guilherme Fontes | Alexandre Toledo |
Maurício Mattar | Teodoro Dias (Téo) |
Andréa Beltrão | Lisandra Barbosa (Lisa) |
Cláudio Cavalcanti | Dr. Alberto Rezende |
Lucinha Lins | Estela Toledo Novaes |
Miguel Falabella | Raul Toledo |
Thaís de Campos | Andrezza Muniz Toledo |
Suzy Rêgo | Carmem |
Jonas Bloch | Ismael Novaes |
Laura Cardoso | Guiomar Muniz |
Yara Cortes | Maroca Toledo |
Nair Bello | Cirena Panzotti (Cininha) |
Ary Fontoura | Tibério Campos |
Eduardo Galvão | Mauro Botelho Rezende |
Fernanda Rodrigues | Beatriz Toledo Novaes (Bia) |
Breno Moroni | Mascarado / Adonay |
Lolita Rodrigues | Fátima Aparecida Domingues |
John Herbert | Agenor Barbosa |
Felipe Martins | Otávio César Jordão Júnior (Tato) |
Mara Carvalho | Regina |
Irving São Paulo | José Carlos Barbosa (Zeca) |
Denise Del Vecchio | Glória Gusmão |
Cláudio Mamberti | Geraldão |
Ricardo Petraglia | Diogo Queiroz |
Danton Mello | Johnny |
Tânia Scher | Josefa Dias |
Mara Manzan | Edinéia |
Keila Bueno | Naná |
Renato Rabelo | Padilha |
Eduardo Felipe | Dedé |
Roberta Índio do Brasil | Sofia Campos |
Chris Pitsch | Bárbara |
Walther Verve | Boca |
Jayme Periard | Igor Telles |
Carlos Takeshi | Okida |
Solange Couto | Zulmira |
Gésio Amadeu | Julião |
Maria Alves | Francisca |
Cibele Larrama | Maria |
Jorge Pontual | Antônio |
Nádia Bambirra | Margarida |
Daniel Ávila | Eduardo Jordão (Dudu) |
Viviane Pinheiro | Patrícia Toledo Dias (Patty) |
Participações especiais[]
Intérprete | Personagem |
---|---|
Arehy Junior | Samuel |
Lafayette Galvão | André Jordão |
Rejane Goulart | Júlia Jordão |
Mylla Christie | Carlota |
Léa Garcia | Natália |
Antônio Pompeo | Paulinho |
Kiko Mascarenhas | Daniel |
Nildo Parente | Waldomiro |
Caio Junqueira | Pedro Bala |
Thierry Figueira | Guga |
Lúcio Mauro Filho | Caíto |
Selma Salmir | Vovó |
Andréa Avancini | Tainá |
Carlos Kroeber | juiz no julgamento de Alexandre |
Cláudio Corrêa e Castro | advogado de Alexandre |
Isaac Bardavid | promotor no julgamento de Alexandre |
Leina Krespi | Sueli |
Myriam Pérsia | Salomé |
Henrique César | Duarte |
Flávio Antônio | Detetive Aristides Maia |
Giovanna Gold | Adriana Pacheco (Drica) |
Tessy Callado | Oneida Queiróz |
Marcos Oliveira | Mãozinha |
Ivan Cândido | dirigente espírita |
Marcelo Escorel | Vicente |
Paulo César Pereio | Coringa |
Luíza Curvo | Thaís |
Tony Tornado | Chefão |
Beto Simas | Laerte |
Anselmo Vasconcelos | colega de cela de Alexandre |
Ademir Zanyor | Gavião |
Ada Chaseliov | fonoaudióloga de Adonay |
David Y. W. Pond | Kazuo |
Joana Limaverde | namorada de Tato |
Bruno Fagundes | amigo de Dudu |
Ronaldo Ciambroni | cúmplice de Ismael |
Marcos Pasquim | bandido que ataca a Dinah |
Giacomo Pinotti | José |
Fernando José | espírito do Nosso Lar |
Isio Ghelman | médico que opera Adonay |
Duda Mamberti | escrivão da delegacia |
Fábio Mássimo | vendedor de loja |
Ivan Senna | juiz de menores |
Miriam Freeland | Cris |
Tatianne Manzan | Carol |
Beta Madruga | Taís |
Antônio Entriel | André |
Gerson Steves | Gordo |
Produção[]
Última novela de Ivani Ribeiro, que faleceu em julho de 1995. Um remake, assim como as anteriores de sua autoria. Esta, da novela homônima de 1975 exibida na Tupi. Foi a única obra de Ivani a ser exibida no horário das 19h, o que representou um ponto fora da curva. Pois a história era um drama espírita, transmitida em uma faixa dedicada tradicionalmente às comédias.
Isso porque a trama foi concebida para ir ao ar às 18h. Mas a novela Vira Lata, que sucederia Olho no Olho, enfrentou problemas de produção e foi engavetada até ser lançada em 1996. Fazendo com que a obra de Ivani fosse remanejada para a faixa das sete para preencher a lacuna deixada. Essa decisão demorou para ser acertada, e por esta razão, Wolf Maya começou a trabalhar na direção da produção apenas vinte dias antes da estreia.
A mudança de horário não afetou a recepção da novela, pelo contrário. O remake alcançou grande audiência e uma boa recepção. Na época de exibição, as vendas de livros sobre espiritismo aumentaram em 50%, segundo lojas especializadas. No mesmo dia em que a trama foi lançada, também estreou 74.5: Uma Onda no Ar na Manchete.
Na época, Ivani Ribeiro enfrentava problemas de visão causados por diabetes, e não conseguia mais escrever. Quem redigia os roteiros do remake era Solange Castro Neves, que lia o texto original e discutia com Ivani as atualizações que deveriam ser feitas. Para criar a história, Ivani estudou sobre a doutrina espírita, lendo livros psicografados por Chico Xavier.
Durante o período de Copa do Mundo, a novela foi ao ar em horários diversos devido à transmissão dos jogos, dentre às 18h30 e 20h20. Para se adequar a grade de programação, os capítulos originais foram editados, e muitos deles divididos. Desta forma, os 160 capítulos escritos se transformaram em 167.
Pela segunda vez, Christiane Torloni protagonizou um remake de Ivani, vivendo uma personagem que foi de Eva Wilma na versão original. A primeira foi a Jô de A Gata Comeu (1985), que na versão original, A Barba Azul da Tupi, foi vivido por Eva. Porém, primeiramente, Wolf Maya havia convidado Regina Duarte para viver Diná, que não pôde aceitar por outros compromissos. Na época, Torloni vivia em Portugal reclusa após a morte de seu filho. Para convencê-la a atuar na novela, Wolf mentiu dizendo que ela faria um papel cômico.
Na versão original, o protagonista masculino (vivido por Altair Lima) se chamava César. Mas por já havar um César (interpretado por Reginaldo Faria) em Olho no Olho, o personagem no remake mudou para Otávio (vivido por Antônio Fagundes). Outros nomes também foram alterados, como Dona Isaura (Carmem Silva) que virou Dona Maroca (Yara Côrtes), Maria Lúcia (Suzy Camacho) que virou Bia (Fernanda Rodrigues) e Dona Cidinha (Lúcia Lambertini) que virou Dona Cininha (Nair Bello). O sobrenome da família de Diná mudou de Veloso para Toledo.
Cláudio Corrêa e Castro, que esteve no elenco da versão original, também esteve no elenco do remake. Em 1975, interpretou Daniel. E em 1994, fez uma participação como o advogado de defesa de Alexandre (Guilherme Fontes). Bruno Fagundes, filho de Antônio Fagundes ainda criança, fez uma participação especial na trama. Anos depois, ele seguiu os passos do pai e se tornou ator.
Gravada nos Estúdios Herbert Richers no Rio de Janeiro, contou com cinquenta cenários e mais de duzentas ambientações, e uma cidade cenográfica em Jacarepaguá reproduziu a vila da Urca. As cenas do plano espiritual foram gravadas Petrópolis Golf Clube, em Petrópolis, e exibidas com um filtro esbranquiçado. Já uma pedreira desativada em Petrópolis serviu para ambientar o Vale dos Suicidas.
Um dos maiores mistérios da trama era a identidade de Adonay (Breno Moroni), que aparecia fantasiado de pierrô, com o corpo todo coberto e o rosto escondido por uma máscara. Ele fazia performances circenses e se comunicava por mímica. Ideia que partiu do próprio ator, pois sua voz saía abafada dentro da máscara, e que realizou as performances do próprio personagem por ser dublê e ter experiência circense.. No final foi revelado que ele era um amor antigo de Carmem (Suzy Rêgo), que sofreu um acidente que o deixou com queimaduras em seu corpo. Para fazer o rosto desfigurado de Adonay, foi colocado sobre o ator uma máscara de látex.
O apelido do personagem, no início, era Sombra. Mas por já haver um personagem com esse nome no Domingão do Faustão, na época, seu apelido foi alterado para Mascarado. Antes da novela, Breno Moroni havia feito uma aparição na abertura de O Salvador da Pátria (1989), onde fez um dublê do personagem Sassá Mutema (Lima Duarte).
Uma pesquisa de opinião feita com telespectadores indicou a popularidade das personagens Diná e Lisa (Andréa Beltrão). Cláudio Cavalcanti recebia cartas de telespectadores agradecendo pelas palavras reconfortantes ditas por seu personagem, o médium Alberto.
O vilão Alexandre, considerado o maior papel da carreira de Guilherme Fontes, continuou sendo lembrado por anos. Virando meme tempos depois nas redes sociais, com imagens dele ilustrando frases humorísticas. Entre 2020 e 2021, durante a segunda reprise do Viva, virou meme uma cena em que Dona Cininha andava pela rua carregando compras, vestindo uma blusa com a imagem da cantora Madonna, ao som de um samba. O momento chegou a virar tema de fantasia no Carnaval de 2021.
A trilha sonora internacional vendeu 600 mil cópias e foi relançada em CD pela Som Livre em 2006, em razão da segunda reprise no Vale a Pena Ver de Novo.
Miguel Falabella, que também apresentava o Vídeo Show na época, revelou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que achava a novela cansativa de se trabalhar, por fazer cenas demais. Responsabilizando a colaboradora Solange Castro Neves por isso. Solange, por sua vez, rebateu em outra entrevista dizendo que outros atores gravavam mais que ele e não reclamavam. E mencionou que a insatisfação do ator se devia ao perfil do personagem, que não era cômico, como ele queria.
O último capítulo contou com uma mensagem sobre vida e eternidade, narrada em off. Na cena final, foi narrada o poema “Hoje é Natal”, de Paulo Kronemberger, também em off, ao som da música "Adágio".
Reprises[]
A primeira reprise no Vale a Pena Ver de Novo foi ao ar entre 28 de abril e 12 de setembro de 1997, em 100 capítulos, sucedendo Mulheres de Areia e antecedendo Fera Ferida. Marcou 24,95 Pontos de média geral. A segunda reprise foi ao ar entre 13 de fevereiro e 21 de julho de 2006, em 113 capítulos, sucedendo Força de um Desejo e antecedendo Chocolate com Pimenta. Marcou 21,57 Pontos de média geral.
No quadro "Novelão" do Vídeo Show, foi exibida em um compacto de cinco capítulos entre 25 a 29 de junho de 2012, sucedendo Renascer e antecedendo História de Amor.
No Viva, a primeira reprise foi ao ar na íntegra na faixa das 14h15 entre 14 de julho de 2014 e 24 de janeiro de 2015, sucedendo A Próxima Vítima e antecedendo Renascer. A segunda reprise foi ao ar na faixa das 15h também na íntegra, entre 21 de dezembro de 2020 a 2 de julho de 2021, sucedendo Chocolate com Pimenta (coincidentemente, sua sucessora na segunda reprise do Vale a Pena Ver de Novo) e antecedendo Paraíso Tropical.
A terceira reprise foi ao ar na faixa especial das 12h15 entre 22 de abril e 1º de novembro de 2024, sucedendo História de Amor e antecedendo Roque Santeiro. Escalada para comemorar os 30 anos da estreia original, o canal pago tentou produzir um programa especial, reunindo alguns dos atores que estiveram no elenco. Mas que foi cancelado devido a problemas com o cachê dos atores.
DVD[]
Em 15 de agosto de 2017, Globo Marcas lançou o Box de DVDs da novela. Composto por 14 discos, contendo um compacto de 37 horas. Foi a última novela da Globo a ser comercializada em DVD.