Assis Chateaubriand (1892-1968), ou simplesmente Chatô foi um importante jornalista, escritor, advogado, professor, empresário, mecenas e político. Criador dos Diários Associados e responsável por implementar a televisão no Brasil com a inauguração da TV Tupi.
História[]
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello nasceu em 4 de outubro de 1892, na cidade de Umbuzeiro, na Paraíba. Filho de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim, seu nome foi uma homenagem por ter nascido no Dia de São Francisco de Assis, santo no qual sua mãe era devota. E seu sobrenome foi inspirado no poeta e pensador francês François-René de Chateaubriand, no qual seu pai era um grande admirador.
Formado pela Faculdade de Direito de Recife, começou no jornalismo aos quinze anos de idade trabalhando nos jornais Gazeta do Norte, Jornal Pequeno e Diário de Pernambuco. Em 1924, assumiu a direção de O Jornal, no qual comprou com a ajuda de recursos fornecidos por empresários e barões do café. Posteriormente, adquiriu outros jornais, como o Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio e Diário da Noite. Construindo um império jornalístico e tornando-se, a partir da década de 1930, um magnata das comunicações no Brasil e um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas seguintes.
Usava sua grande influência, na política e na sociedade, para desmoralizar inimigos declarados, mover campanhas jornalísticas sobre assuntos de seu interesse, atacar desafetos com mentiras em seus veículos, e até alterar leis para benefício próprio. Considerado uma homem polêmico, odiado e temido. Acusado de ser antiético, foi chamado de "Cidadão Kane" brasileiro na época.
Caracterizou-se por manter uma postura pró-capital estrangeiro e pró-imperialismo. Como político, foi eleito senador pela Paraíba em 1952, e pelo Maranhão em 1955. Mantendo proximidade e sendo apoiado pelo presidente da república Getúlio Vargas. Dentre seus outros feitos e conquistas: foi cocriador e fundador do Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1947, foi presidente da Federação Nacional da Imprensa (FENAI - FAIBRA) entre 1941 e 1947, publicou mais de 11 mil artigos em jornais.
Além disso, foi condecorado com a Comenda de "Ordem do Mérito" pelo governo do Chile em 1938, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, em Portugal, em 1960, e foi membro da Academia Brasileira de Letras entre 1954 e 1968, ocupando a cadeira 37.
Sempre disposto a adquirir novas tecnologias, E com o tempo, passou a investir mais no rádio. Sendo que, em 1935, inaugurou a Rádio Tupi. Em 1950, tornou-se pioneiro ao trazer a televisão no Brasil, inaugurando a primeira emissora do país: a TV Tupi. Com o tempo, adquiriu e inaugurou outras estações de rádio e TV pelo Brasil, fazendo com que seu conglomerado de mídia, o Diários Associados, se tornasse o maior do país na época. O grupo, em seu auge chegou a manter dezenas de emissoras de rádio e TV, mais de cem jornais, uma agência de publicidade, uma editora, além de diversas revistas.
Em 1960, sofreu uma trombose, o que o deixou paralítico e incapaz de falar. Comunicando-se apenas por uma máquina de escrever adaptada. Mesmo assim, continuou trabalhando até sua morte, em 4 de abril de 1968, em São Paulo. Sendo sepultado no Cemitério do Araçá. Os Diários Associados ficou sob o comandado por um grupo de vinte e dois funcionários, o "Condomínio Acionário".
Porém, após sua morte, seu conglomerado de mídia entrou em declínio. Dando fim ao seu império nas comunicações e dando início ao de Roberto Marinho. Posteriormente, sua trajetória foi retratada em dois filmes: "Chatô, o Rei do Brasil", produzido nos anos 1990; e "Chateaubriand – Cabeça de Paraíba", produzido em 2000. Chateaubriand teve três filhos: Fernando, Gilberto e Teresa.