Carmem foi uma novela da Manchete. Escrita por Gloria Perez, livremente baseada no conto francês "Carmen" de Prosper Mérimée. Com direção de Luiz Fernando Carvalho, Nelson Nadotti e Marcos Schechtman e direção geral de José Wilker. Exibida entre 5 de outubro de 1987 e 14 de maio de 1988, em 191 capítulos, sucedendo Corpo Santo e antecedendo Olho por Olho.
Com Lucélia Santos, José Wilker, Paulo Betti, Beatriz Segall, Neusa Borges, Paulo Gorgulho, Júlia Lemmertz e Selma Egrei nos papéis principais.
Enredo[]
No subúrbio carioca, a ambiciosa Carmem (Lucélia Santos) é incriminada pelo próprio namorado Ciro, (Paulo Betti), um contrabandista de joias. Após ser presa pacto com a Pombajira (Neusa Borges) para ficar rica e se vingar de Ciro. A entidade lhe concede o poder de conquistar qualquer homem, desde que ela nunca se apaixone.
Assim, Carmem passa a seduzir milionários para ficar rica. Incluindo o militar José (Paulo Gorgulho), que era apaixonado por ela a adolescência, tornando-se um empecilho no casamento dele com Micaela (Júlia Lemmertz). Enquanto tenta destruir a vida de Ciro, que se tornou executivo de uma empresa. No entanto, Carmem se apaixona por Camilo (José Wilker), um piloto de carro de corrida.
A quebra do pacto enfurece a Pombajira, fazendo a entidade incorporar em Carmem, quando a mulher perde o seus atos. Destruindo tudo o que conquistou e o amor de seus pretendentes. Assim, Carmem perde o dinheiro, o amor de Camilo e se torna alcóolatra, chegando a se prostituir para sobreviver. Ainda tem que lidar com a obsessão, que também perdeu tudo, e de José. Ela quer se livrar deste sofrimento, mas a Pombajira só terminará quando conseguir prender a alma dela nas trevas.
Elenco[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Lucélia Santos | Carmem Cruz |
| José Wilker | Camilo Gouvêia |
| Paulo Betti | Ciro Galvão |
| Beatriz Segall | Alzira Cruz |
| Neusa Borges | Pombajira |
| Paulo Gorgulho | Cabo José Camargo |
| Júlia Lemmertz | Micaela Camargo |
| Selma Egrei | Nina de Sá |
| Odilon Wagner | César Junot |
| Juliana Carneiro | Virgínia de Sá Junot |
| Maurice Vaneau | Dr. Jean-Pierre Junot |
| Darlene Glória | Verônica Villar / Esther |
| Sônia Clara | Paula Laport |
| Theresa Amayo | Rosimar Costa |
| Luís de Lima | Corinto Costa (Costa) |
| Dedina Bernardelli | Eduarda de Sá Junot (Duda) |
| Guilherme Karan | Trajano Paulo Magalhães Pimentel (Jano) |
| Nélia Paula | Semíramis Magalhães Pimentel (Dona Semi) |
| Luís Carlos Arutin | Pedro Pimentel (Pimentel) |
| Cidinha Milan | Pilar Magalhães |
| Hélio Ary | Ary Magalhães Monteiro |
| Rosita Thomaz Lopes | Madame Edwiges Klotz |
| Liana Duval | Isaltina Camargo |
| Ivan de Almeida | Delegado Almeida |
| Tania Nardini | July Costa |
| Bia Sion | Creuza Camargo |
| Mário Cardoso | Ribeiro |
| Camilo Bevilacqua | Hélio |
| José Dumont | Aluísio |
| Carmem Figueira | Deusa |
| Vicente Barcelos | Caíque |
| Rosimar de Mello | Mocinha |
| Carla Tausz | Terezinha |
| Elisa Fernandes | Germana |
| Lizandra Souto | Manuela Magalhães Monteiro (Manu) |
| Xala Felippi | Cecília Magalhães Monteiro (Cissa) |
Participações especiais[]
| Ator | Personagem |
|---|---|
| Roberto Bonfim | Júlio |
| Bruno Giordano | Ivo Monteiro |
| Humberto Martins | Repórter |
| Miriam Pires | Regina Villar |
| Fátima Freire | Patrícia |
| Hélio Souto | Senador Bastos |
| Chica Xavier | Mãe de santo |
| Nildo Parente | Dr. Geraldo Saboya |
| Cláudio Mamberti | Promotor |
| Clemente Viscaíno | Dr. Araújo |
| Clarisse Derziê | Priscila Bastos |
| Leonardo José | Dr. Brandão |
| Ivan Senna | Dr. Armando |
| Rebeca Buenosilva | Miriam |
| Niffer Cortez | Cigana |
| Odete Barros | Cartomante |
| Silvio Santos | Ele mesmo |
| Guilherme Arantes | Ele mesmo |
| Herbert de Souza | Ele mesmo |
Produção[]
Única novela de Gloria Perez fora da Globo, que deixou a emissora após a mesma recusar produzir Barriga de Aluguel, foi convidada a migrar para a Manchete pelo ator José Wilker. Que na época era diretor de dramaturgia do canal. A novelista adaptou o conto "Carmen" do francês Prosper Mérimée, lançado em 1848, fazendo uma releitura contemporânea do conto e fazendo algumas mudanças. O toureiro Escamilho da história original virou o piloto Camilo (José Wilker), e o pacto com uma cigana virou um pacto com uma entidade de quimbanda.
Lucélia Santos aceitou o convite para a personagem-título pois queria se desvencilhar das personagens sofredoras nas quais ficou marcada em novelas na Globo. Porém, gerou um pequeno problema para Glória Perez, pois a atriz não tinha o perfil da personagem. A solução encontrada foi fazer Carmem incorporar a Pombajira (Neusa Borges). Para abordar a religião afro-brasileira, a autora contou com a consultoria dos pais-de-santo Chico Elísio e Paulo Newton.
À exemplo de Corpo Santo, a novela abordou temas ousados e controversos para a época. Além das religiões de matrizes africanas, também falou sobre o HIV contraído por transfusão de sangue e o preconceito contra os soropositivos através da personagem Rosimar (Theresa Amayo). E a homossexualidade através de Jean-Pierre (Maurice Vaneau), pai do empresário César (Odilon Wagner) que esconde sua condição de todos. Também abordou a questão das mulheres chefes de família, no mercado de trabalho.
Primeira novela da Glória Perez a contar com uma gafieira. Lugar que se tornou marca registrada em praticamente todas as suas novelas posteriores.
A novela sofreu atrasos por conta da pré-produção. Por este motivo, o nu frontal de Lucélia Santos no capítulo 8 (em 12 de outubro de 1987) foi exibido sem que a Censura pudesse vetá-lo.
Com a trama, Glória Perez criou um artifício chamado "falso gancho". No final de um capítulo Virgínia (Juliana Carneiro) dá seis tiros contra César (Odilon Wagner). No início do capítulo seguinte, é revelado que nenhum dos tiros acertou ele. Este artifício passou a ser usado por Carlos Lombardi, em suas novelas, para homenagear a autora.
Contou com uma participação raríssima de Silvio Santos, que quase nunca aparece em novelas. Na ocasião, Creuza (Bia Sion) participou do Namoro na TV do SBT. Também contou com uma participação do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, para conscientizar o público sobre a AIDS. Em junho de 1988, o evento de inauguração da TV Rio no no estádio do Maracanã, que contou com a presença de 50 mil evangélicos, foi usado pela produção como cenário para uma cena de pregação de Verônica (Darlene Glória), que era pastora.
Reprise[]
Foi reprisada na faixa das 13h entre 19 de março e 7 de junho de 1990, em 70 capítulos. Marcou 1,37 Ponto de média geral de audiência.