Cortina de Vidro foi uma novela do SBT, produzida pela Art Vídeos Produções e Miksom. Escrita por Walcyr Carrasco, com colaboração de Miguel Filiage, direção de John Herbert e Álvaro Fugulin e direção geral de Guga de Oliveira. Exibida entre 23 de outubro de 1989 e 5 de maio de 1990, em 168 capítulos, sucedendo a Sessão Carrossel.
Com Herson Capri, Betty Gofman, Sandra Annenberg, Esther Góes, Antônio Abujamra, Débora Duarte, Sérgio Mamberti e Norma Blum nos papéis principais.
Enredo[]
O poderoso empresário Frederico Stuart (Herson Capri), das Tecelagens Mill, é um homem frustrado por não poder seguir seus sonhos de juventude para seguir o destino imposto por seis pais. A prima dele, Glória (Esther Góes), sempre o amou em segredo e tenta afastar todas as mulheres do caminho dele, inclusive a noiva fútil dele. Um dia, ele vai parar em um teste de teatro, lembrando seu sonho de ator quando era jovem, onde se encanta pela atriz e bailarina Branca (Betty Gofman). Para conquistá-la, ele finge ser um pobre aspirante a ator.
A farsa também aproxima-o de Ângela (Sandra Annenberg), operária da tecelagem e líder de um sindicato de operários. Com isso, seu amor fica dividido entre as duas mulheres, e ambas viram alvo de Glória. Porém, quando um incêndio acontece na sede da empresa, Frederico perde a memória e fica debilitado. E Ângela passa a cuidar dele.
Elenco[]
Intérprete | Personagem |
---|---|
Herson Capri | Frederico Stuart Mill |
Betty Gofman | Branca Araújo |
Sandra Annenberg | Ângela Cortez |
Esther Góes | Glória Mill |
Antônio Abujamra | Arnon Balakian |
Débora Duarte | Giovana |
Sérgio Mamberti | Cristóvão |
Norma Blum | Clarisse Diniz |
Adriano Reys | William Diniz |
Gianfrancesco Guarnieri | Artur Cortez |
John Herbert | Filipe |
Matilde Mastrangi | Emanuelle |
Miriam Mehler | Sílvia |
Odilon Wagner | Ulisses Filho |
Jayme Periard | Marcelo |
Carola Scarpa | Michele Balakian |
Neco Vila Lobos | Romeu Diniz |
George Otto | Nicolau |
Ângela Figueiredo | Paloma |
Raymundo de Souza | Dantas |
Luís Carlos de Moraes | Victor |
Kate Hansen | Cíntia |
Rosi Campos | Jussara |
Renato Borghi | Ricardo |
Ariclê Perez | Mirtez |
Gésio Amadeu | Ezequiel |
Simone Soares | Úrsula |
Luciano Quirino | Eduardo |
Alessandra Silva | Mariana Cortez |
Amanda Silva | Luciana Cortez |
Participações especiais[]
Intérprete | Personagem |
---|---|
Nicole Puzzi | Leda Magalhães |
Malu Pessin | Marta |
José Carlos Sanches | Nando |
Aldine Müller | Judith |
Jorge Kajuru | Antero Rox |
Cláudio Curi | Dico |
Geraldo Del Rey | Romão |
Liza Vieira | Cláudia |
Tuna Dwek | Rosário |
Jacques Lagoa | Waldemar |
Produção[]
Primeira novela de Walcyr Carrasco, e também sua primeira obra de dramaturgia como titular solo. A ideia original partiu de Bráulio Pedroso, antes de morrer, que sugeriu a Silvio Santos uma novela sobre um homem rico que se fingia de pobre para se aproximar de uma mulher. Silvio escalou Walcyr para a trama e lhe deu liberdade para conduzir os rumos da história. O título faz alusão ao prédio que servia de sede para a fictícia empresa, o real Edifício Dacon, na Zona Sul de São Paulo, e que serviu de cenário de parte da novela.
O SBT firmou contrato de Art Vídeos Produções para produzir a novela com realização terceirizada, evitando maiores custos por parte da emissora. Alguns atores contratados da Globo conseguiram ser escalados para a novela através de uma brecha contratual que a emissora tinha na época, que proibia qualquer contratado de estar em produções de outras emissoras, mas nada estava imposto sobre trabalho em produtoras independentes. Com isso, os atores foram contratados pela produtora, e não pelo SBT. Isso fez com que a Globo fizesse mudança nas cláusulas de contrato de exclusividade em 1990.
Lúcia Veríssimo, Irene Ravache, Cássia Kiss, Lucinha Lins recusaram papéis na trama. Originalmente, Nívea Maria estava oficializada para viver Glória, mas declinou antes das gravações pois teria que viajar constantemente para São Paulo (ela morava no Rio de Janeiro). Já Nuno Leal Maia, que viveria Alex, deixou a produção após problemas com a produtora e seu personagem foi descartado da história. John Herbert aceitou o convite por, além de atuar, também ter a chance de dirigir.
A novela deu fim ao hiato de três anos sem uma novela brasileira inédita na emissora após o fim de Uma Esperança no Ar (1985). Outra produtora que fez parte do projeto foi a Miksom, do diretor geral Guga de Oliveira, irmão de Boni. Antes da ideia ser entregue, Benedito Ruy Barbosa chegou a entregar o projeto de Pantanal para o SBT, que recusou por achar a produção cara demais.
O principal cenário da novela foi a cobertura do Edifício Dacon. A produção, modesta, contava com apenas oito cenários construídos em um galpão. Porém, após alguns capítulos produzidos, foi noticiada que a equipe deveria deixar a cobertura do prédio, que havia sido vendida.
Para sanar o problema, Walcyr Carrasco teve de mudar os rumos da história, para chegar ao combinado de 168 capítulos. Na trama, o prédio pegou fogo, fazendo com que alguns personagens morressem e que Frederico (Herson Capri) perdesse a memória. Restaram apenas os personagens que tiveram "cenário próprio", pois não havia verba para construir mais.
Mesmo com a audiência praticamente nula, causou polêmica uma cena em que Arnon (Antônio Abujamra) violenta sexualmente a própria filha adolescente, Michele (Carola Scarpa). Nunca reprisada no Brasil, a novela chegou a ser exibida com sucesso na Itália, onde ganhou o título “L’Amore Vero Non Si Compra” ("O Amor Verdadeiro Não se Compra"), e em Portugal. Porém, o SBT negou que a obra tivesse sido comercializada para o exterior.