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Dancin' Days foi a 21ª novela das 20h da Globo. Escrita por Gilberto Braga, com direção de Daniel Filho, Gonzaga Blota, Dennis Carvalho, Marcos Paulo e José Carlos Piéri e direção geral de Daniel Filho. Exibida entre 10 de julho de 1978 a 27 de janeiro de 1979 em 174 capítulos, sucedendo O Astro e antecedendo Pai Herói.

Com Sônia Braga, Antônio Fagundes, Joana Fomm, Pepita Rodríguez, Reginaldo Faria, Glória Pires, Lauro Corona e Lídia Brondi nos papéis principais.

Enredo[]

Após onze anos presa, por cometer um crime na juventude, Júlia (Sônia Braga) deixa a prisão em liberdade condicional e luta para viver em sociedade. Ela tenta se aproximar de sua filha Marisa (Glória Pires), de quem foi mãe solteira na adolescência e não a via desde quando ela tinha quatro anos de idade. A adolescente foi criada pela tia, Yolanda (Joana Fomm), irmã de Júlia, uma socialite que subiu de vida ao se casar com um homem rico. Yolanda criou Marisa como sua filha e cercada de luxos, o que tornou a garota mimada e rebelde. Ela se torna um empe cílio a aproximação de Júlia com a filha, temendo que ela influenciaria negativamente Marisa.

Enquanto tenta sobreviver fora da prisão, Júlia aluga um quarto na casa de Carminha (Pepita Rodrigues), que se torna sua grande amiga. E inicia uma relação romântica de altos e baixos com Cacá (Antônio Fagundes), um diplomata de família rica desanimado com sua profissão. Mas após ser presa durante a recepção do casamento de Marisa e Beto (Lauro Corona), Júlia é presa novamente e passa mais seis meses em reclusão. Jurando vingança a todos aqueles que lhe fizeram mal, incluindo Yolanda e Marisa.

Após deixar a prisão, Júlia reaparece exuberante, com visual repaginado e com boas condições financeiras. Chamando a atenção de todos, tornando-se admirada e conhecida. Dando início ao seu plano de vingança. Paralelamente, Yolanda vive infeliz e falida, separada do marido. Porém, mantendo a pose, ela tenta se mostrar superior a Júlia, mas no final é sempre Yolanda a humilhada no final.

Elenco[]

Intérprete Personagem
Sônia Braga Júlia de Souza Matos / Cristina
Antônio Fagundes Carlos Eduardo Cardoso (Cacá)
Joana Fomm Yolanda de Souza Matos Pratini
Glória Pires Marisa de Souza Matos
Pepita Rodríguez Carmem Lúcia Santos (Carminha)
Reginaldo Faria Hélio Castro Ferreira
Lauro Corona Paulo Roberto Cardoso (Beto)
Lídia Brondi Vera Lúcia (Verinha)
Mário Lago Alberico Santos
Yara Amaral Áurea Santos Fragoso
Cláudio Corrêa e Castro Franklin Cardoso
Milton Moraes Jofre da Silva Maia
José Lewgoy Horácio Pratini
Ary Fontoura Ubirajara Martins Franco
Mauro Mendonça Arthur Meireles Steiner
Sura Berditchevsky Inês Santos Fragoso
Eduardo Tornaghi Raul de Castro Melo (Raulzinho)
Beatriz Segall Celina Souza Prado Cardoso
Ivan Cândido Aníbal Fragoso
Lourdes Mayer Ester Santos
Gracinda Freire Alzira da Silva Maia Neves
Jacqueline Laurence Solange Rocha
Cleyde Blota Emília de Castro Melo
Regina Vianna Neide
Renato Pedrosa Everaldo
Mira Palheta Bibi Nascimento Leal
Suzana Queiroz Leila
Neuza Borges Maria Madalena de Jesus (Madá)
Chica Xavier Marlene
Osmar de Mattos Ricardo
Rejane Schumann Luciana
Luciano Sabino Luciano (Lulu)

Participações especiais[]

Intérprete Personagem
Abelardo de Abreu Álvaro
Ana Maria Tornaghi Ela mesma
Ana Zelma Marli
Antônio Patiño Augusto
As Frenéticas Elas mesmas
Carlos Machado "Lotinha" Ele mesmo
César Augusto China
Daniel Filho Ele mesmo
Danuza Leão Ela mesma
Diana Morel Anita
Djenane Machado Ela mesma
Edgar Moura Brasil Ele mesmo
Fernando Amaral Dorival Cunha
Francisco Dantas Setembrino
Francisco Nagem Gurgel
Fregolente Veiga
Gal Costa Ela mesma
Gilberto Braga Ele mesmo
Guaracy Valente Alberto Cerqueira
Hildegard Angel Ela mesma
Ivete Milozsky Stella Veiga
Jardel Mello João
Jorge Reis Alfredo
Jorginho Guinle Ele mesmo
Joyce de Oliveira Zuleica Santiago
Júlio Luís Paulo César
Lauro César Muniz Ele mesmo
José de Magalhães Pinto Ele mesmo
Maria Lúcia Dahl Maria Lúcia de Andrade
Marina Miranda Edwiges (Divige)
Moacyr Deriquém Jorge Ramos
Murilo Néri Conselheiro Carrazedo
Nana Caymmi Ela mesma
Ney Latorraca Ele mesmo
Nino Giovanetti Professor de sapateado
Orion Ximenes Bandeira
Paulette Ele mesmo
Raquel Mazza Neuza
Roberto de Cleto Dr. Sílvio Müller
Rose Addario Selma
Ruth Maia Anete
Sandra Campos Dirce
Selma Lopes Jandira
Wanderléa Ela mesma
Zezé Polessa Berrita

Produção[]

Primeira novela das oito de Gilberto Braga após fazer sucesso no horário das 18h. Existe uma informação de que a história era baseada em um argumento de Janete Clair intitulado "A Prisioneira" (que foi o título provisório da obra), o que foi sempre negado por Braga. O que se sabe é que Janete Clair sugeriu a Giba que escrevesse uma história sobre uma ex-presidiária que tenta se adaptar à vida em sociedade e que assistisse ao episódio "As Condenadas" do Globo Repórter (exibido em 2 de novembro de 1977) que explorou a rotina das detentas do presídio feminino Talavera Bruce, no Rio de Janeiro. Gilberto também citou inspirações radionovela Presídio de Mulheres e no filme "Se Tivesse que Refazer Tudo".

Janete Clair ajudou Gilberto Braga avaliando os capítulos e dando sugestões de mudanças, como a antecipação do primeiro encontro entre Júlia (Sônia Braga) e Cacá (Antônio Fagundes). Giba usou muito de suas experiências pessoais do passado para desenvolver as tramas. A escolha de Copacabana como cenário foi por ser o lugar onde o autor viveu na juventude. A família de Áurea (Yara Amaral) teve inspirações na própria família de Giba. Na vida real, a mãe do novelista sofreu com a morte do marido (o pai de Gilberto) após um acidente automobilístico e cometeu suicídio. Na novela, Áurea também teria o mesmo desfecho trágico, mas Janete sugeriu a Giba que não fizesse isso. Inês (Sura Berditchevsky) era inspirada na relação que Giba tinha com os pais, assim como aos questionamentos profissionais de Cacá foram inspiradas nos próprios. E Alberico (Mário Lago), inspirado no avô dele.

Gilberto Braga tinha o desejo de ter Yoná Magalhães no papel de Júlia e Betty Faria estava cotada para a personagem, porém a segunda preferiu se dedicar à apresentação do programa Brasil Pandeiro. Daniel Filho apostou em Sônia Braga, que aceitou fazer um teste, e foi aprovada. Apesar de ser mais jovem que a personagem. Norma Bengell estava oficializada como Yolanda e chegou a gravar cenas. Mas a atriz, acostumada com a rotina do cinema, não conseguiu se adaptar ás gravações televisivas. Então, Joana Fomm foi escalada às pressas e precisou regravar dezoito cenas em uma semana. A atriz se inspirou na conturbada relação que teve com sua mãe para compor a personagem, e Danie Filho a aconselhou a atuar como se "fosse Dercy Gonçalves".

O autor desejava ter Paulo Gracindo no papel de Alberico, mas este foi remanejado para Sinal de Alerta. Depois, pensou-se em Lima Duarte que recusou acreditando que não teria o perfil apropriado para o personagem. Hélio foi concebido pensado para Daniel Filho, diretor da trama.

Aproveitando a cultura disco, efervescente no Brasil na época, e no sucesso do filme "Os Embalos de Sábado à Noite", Daniel Filho teve a ideia de aproveitar esse momento como pano de fundo da história. Criando uma discoteca como cenário principal, onde os personagens se encontrariam. Na história original, essa função seria a de um restaurante. Para o nome da novela e da boate (que no começo da história se chamava "17"), a inspiração foi a Frenetic Dancing Days Discothèque do Rio de Janeiro, criada por Nelson Motta. Boni sugeriu que a palavra "dancing" fosse simplificada para "dancin", para que a pronúncia ficasse mais fácil para o público brasileiro. Para preparar o elenco, Daniel Filho fez com que atores veteranos dançassem músicas de discoteca para conhecerem o ambiente em que a história se passava.

A cenografia liderada por Mário Monteiro ergueu três cenários fixos. Sendo um deles, a discoteca, que custou 800 mil cruzeiros e ocupava 120 mil m², com capacidade para 200 pessoas. Servindo para promover anunciantes, que apareciam nos letreiros em neon (marcas como Caloi, Staroup Jeans, Smirnoff, Olympikus e Gradiente). Algumas cenas também foram gravadas na discoteca Hippopotamus, no Rio de Janeiro. Na casa de Franklin (Cláudio Corrêa e Castro) e Celina (Beatriz Segall), outro cenário fixo, foi reconstituído o saguão e a sala da mansão que ficava na rua Almirante Guilhem, 127, e que servia de fachada.

Guto Graça Mello ficou encarregado da trilha sonora, mas a escolhas das músicas desagradaram Gilberto Braga, que criticou publicamente. O produtor, anos depois, admitiu que não se preocupou em escolher uma boa trilha por ter achado ruim a sinopse. A música de abertura, feita especialmente para a novela e cantada pelo grupo As Frenéticas, foi composta por Nelson Motta e Ruban (Rubens Queiroz). Na abertura, Beatriz Segall apareceu creditada com um "X" em vez do "Z" (como "Beatrix") por sugestão de Danie Filho, mas a atriz pediu à produção que colocassem seu nome da maneira correta. O logo foi inspirado na fonte usada na abertura do filme "Até que Enfim é Sexta-Feira".

Diversas personalidades e artistas fizeram participações especiais. Algumas, fazendo interações importantes com personagens e atuando como eles mesmos. O ator e bailarino Paulette, por exemplo, interpretou um amigo de Júlia e fez par com ele na marcante cena em que a protagonista dança na discoteca e se torna o centro das atenções. Gal Costa cantou em uma cena, no apartamento de Júlia. O artista plástico Albery Seixas da Cunha surgiu em cena para pintar um retrato da personagem. Também fizeram participações o autor Gilberto Braga, o diretor Danie Filho e Edgar Moura Brasil, marido de Giba.

Uma cena do último capítulo, em que Júlia e Yolanda brigam e depois se abraçam chorando, fazendo as pazes foi explicitamente baseada na cena final do filme "Momento de Decisão". Segundo Danie Filho, as atrizes choraram de verdade, tomadas pela emoção com a despedida dos trabalhos.

Gilberto Braga, após concluir seus trabalhos, relatou que foi difícil escrever a novela sozinho e que não esperava o sucesso que a trama alcançou.

Legado[]

Por abordar as discotecas e toda a sua cultura, a novela se tornou marcante por ditar moda no Brasil no final dos anos 1970. As discotecas, até então lugares frequentados pelo público da elite, proliferaram pelo país inteiro. Casas noturnas chegaram a ser abertas em diversas cidades, das pequenas às grandes. As músicas da trilha sonora tocavam com frequência nas emissoras de rádio. A trilha internacional foi o primeiro disco de uma novela a superar a marca de 1 milhão de cópias vendidas.

As roupas e os visuais dos personagens, em especial os usados por Sônia Braga, ditaram moda entre os brasileiros. Roupas de cetim, tecidos prateados e metalizados, estampas chamativas, meias soquetes, além da composição de sandálias com meias coloridas brilhantes (presente na abertura e nas artes das trilhas sonoras) viraram mania entre as mulheres. A prática do voo de asa-delta, por conta do personagem Beto (Lauro Corona), popularizou-se para além do Rio de Janeiro. A boneca com quem Carminha (Pepita Rodrigues) desabafava foi comercializada pela Estrela e ganhou o nome de Pepa (em inspiração ao nome da atriz) e chegou a vender 400 mil unidades.

Nelson Motta reabriu a Frenetic Dancing Days no Morro da Urca, que passou a receber milhares de pessoas nas noites. Muita gente até acreditando que a boate era a mesma apresentada na novela. Já a socialite Leda Castro Neves abriu uma discoteca em sua mansão na Barra da Tijuca, convidando o público a frequentar o lugar vestindo as roupas vistas na televisão.

A revista americana Newsweek fez uma reportagem abordando o impacto cultural da novela no Brasil a chamando de "fenômeno nacional". Além de ser exportada para diversos países, foi a primeira novela do Brasil a ser exibida no México. Em 1986, em uma emissora da Televisa. Para o exterior, o tema de abertura ganhou uma versão diferente cantada em inglês pelo grupo Samba Soul.

A novela ainda apareceu no filme "Bye Bye Brasil" de 1980 e serviu como pano de fundo para o filme "A Novela das Oito" de 2008, cuja história se passava no período em que a novela estava no ar. Em 2010, a série As Cariocas contou com o episódio "A Adúltera da Urca" protagonizada por Sônia Braga, cuja personagem se chamava Júlia, e Antônio Fagundes, interpretando um personagem chamado Cacá. Foi uma homenagem de Daniel Filho, diretor da novela e da série, aos atores.

Reprises[]

Em 18 de fevereiro de 1980, foi reapresentada em um compacto de 90 minutos no Festival 15 Anos, com apresentação de Glória Pires. Entre 4 de outubro e 17 de dezembro de 1982, foi reprisada na faixa das 22h30 em 50 capítulos. Marcou cerca de 15,54 Pontos de média geral de audiência.

Entre 7 de abril e 25 de outubro de 2014, foi reprisada na íntegra pelo Viva na faixa das 0h, sucedendo Água Viva e antecedendo O Dono do Mundo. Foi a primeira novela dos anos 1970 a ser reprisada pelo canal pago. E por conta dessa reprise, Sônia Braga processou a Globo exigindo indenização pela falta de pagamento por direitos de imagem.

Em 13 de fevereiro de 2023, foi disponibilizada na íntegra do Globoplay. Entre 27 de novembro de 2023 e 26 de julho de 2024, foi exibida na íntegra na faixa das 19h30 do canal Viva 70 Fast, canal gratuito do Globoplay, sendo a novela que inaugurou o canal. Antecedeu Marron Glacé.

Em 1997, foi pensada para ser reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, sucedendo A Viagem. Mas como Gilberto Braga, na época, planejava fazer um remake da trama, foi escolhida Fera Ferida no lugar.

Tentativas de Remakes[]

Em 1997, tornou público o desejo de Gilberto Braga de fazer um remake da novela para 1998 (em comemoração aos 20 anos da versão original) para o horário das 20h. Para o elenco, foram pensados Malu Mader como Júlia, Glória Pires como Yolanda e Leandra Leal como Marisa. Além da expectativa de ter no elenco Sônia Braga e Lídia Brondi, ambas já afastadas das novelas. Contudo, a então diretora geral da Globo, Marluce Dias da Silva, queria a trama para o horário das 18h. O que Gilberto não queria e com isso, os trabalhos foram suspensos. Giba chegou a propor um remake de Água Viva para o horário, o que foi rejeitado.

Em 2012, um remake novamente foi cogitado, desta vez para o horário das 23h em 2023. Onde Camila Pitanga estava cotada para viver Júlia. Porém Gilberto Braga desistiu do projeto com receio de que não desse o retorno esperado em audiência, por conta do remake de Guerra dos Sexos.

DVD[]

Em 2011, a Som Livre lançou o box de DVDs da novela, em 12 discos contendo uma edição compacta de 38 horas.

Livros[]

Uma versão literária adaptada por Eduardo Borsatto foi lançada duas vezes. Em 1985, pela Rio Gráfica Editora, através coleção “As Grandes Telenovelas”, que vinha em brinde nas embalagens do sabão-em-pó Omo. E em 1987, pela Editora Globo, através da coleção "Campeões de Audiência: Telenovelas"

Versão Portuguesa[]

Entre 4 de junho de 2012 e 27 de setembro de 2013, foi ao ar pela SIC uma versão portuguesa da novela, com 341 capítulos, adaptada livremente por Pedro Lopes. Produzida através de uma parceria entre a SIC e Globo. Contou com Joana Santos como Júlia, Soraia Chaves como Raquel (equivalente a Yolanda), Joana Ribeiro como Mariana (equivalente a Marisa) e Albano Jerónimo como Duarte (equivalente ao Cacá).