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Escrava Isaura foi a décima novela das 18h da Globo. Escrita por Gilberto Braga, livremente baseada no livro "A Escrava Isaura" de Bernardo Guimarães, com direção de Herval Rossano e Milton Gonçalves e direção geral de Milton Gonçalves. Exibida entre 11 de outubro de 1976 e 5 de fevereiro de 1977, em 100 capítulos, sucedendo O Feijão e o Sonho e antecedendo À Sombra dos Laranjais.

Com Lucélia Santos, Rubens de Falco, Edwin Luisi, Léa Garcia, Roberto Pirillo, Norma Blum, Átila Iório, Beatriz Lyra, Isaac Bardavid, Haroldo de Oliveira e Maria das Graças nos papéis principais.

Enredo[]

Em 1856, no Rio de Janeiro, Isaura (Lucélia Santos) é uma escrava de pele branca. Filha de uma escrava mestiça e um feitor branco, foi criada por sua senhora como uma filha e uma moça da corte. Quando sua protetora morre, o filho dela, o herdeiro Leôncio (Rubens de Falco) se apodera da carta de alforria de Isaura furioso por ela não corresponder a sua paixão doentia. Como castigo, ele passa a tratar cruelmente, aplicando castigos e serviços pesados, e também levando-a ao tronco para lhe desferir açoitadas. Ela também sofre nas mãos da escrava Rosa (Léa Garcia), que a inveja.

Isaura tem um romance com Tobias (Roberto Pirillo), proprietário de uma terra vizinha que tenta "comprar" sua amada para dar a alforria a ela e se casarem. Mas Leôncio se recusa a vender a escrava, e cada vez mais enlouquecido, ateia fogo em uma cabana para matar Tobias, o que também acabou matando sua esposa Malvina (Norma Blum). Após descobrir seu pai, Miguel (Átila Iório), ela foge com ele e com um casal de escravos amigos para Barbacena, Minas Gerais.

Lá, ela assume a identidade de Elvira e conhece Álvaro (Edwin Luisi), um abolicionista rico que se apaixona por ela. Porém, a moça deseja juntar dinheiro e sair do país para se livrar de Leôncio, que a procura obcecadamente. Em um baile, Isaura é desmascarada por um caçador de recompensas, e depois capturada.

Elenco[]

Intérprete Personagem
Lucélia Santos Isaura dos Anjos / Elvira Vaz
Rubens de Falco Leôncio Correia de Almeida
Edwin Luisi Álvaro Santana de Souza
Roberto Pirillo Tobias Paes Vidal
Norma Blum Malvina Fontoura
Gilberto Martinho Comendador Horácio Correia de Almeida (Almeida)
Beatriz Lyra Ester Correia de Almeida
Átila Iório Miguel dos Santos/Anselmo Vaz
Léa Garcia Rosa
Isaac Bardavid Francisco de Assis Pasquim (Seu Chico)
Haroldo de Oliveira André
Maria das Graças Santa / Maria
Zeni Pereira Januária
Mário Cardoso Henrique Fontoura
Elisa Fernandes Taís Paes Vidal
Ângela Leal Carmem Magalhães Almeida
Dary Reis Conselheiro Inácio Fontoura
Amiris Veronese Alba Paes Vidal
Carlos Duval Beltrão
Ítalo Rossi José Matoso
Francisco Dantas Matoso
Myrian Rios Ana Matoso (Aninha)
Ary Coslov Geraldo
Clarisse Abujamra Lúcia Andrada
André Valli Martinho Vieira
Ana Maria Grova Eneida
José Maria Monteiro Capitão Andrada
Gilda Sarmento Carolina Andrada
Neuza Borges Rita
Edyr de Castro Ana
Marlene Figueiró Leonor
Almeida Santos Jaime
Nena Ainhoren Lucíola
Mário Polimeno Palhares

Participações especiais[]

Intérprete Personagem
Lady Francisco Carmen
Aguinaldo Rocha Dr. Alceu Dias Bernardes
Henriette Morineau Madame Madeleine Besançon
Marcos Frota Eurípedes
Joyce de Oliveira ?
Dudu Moraes ?
Joel Silva ?
Hilda Reis ?
Ana Lúcia Torre ?
Lídia Iório Isaura (criança)
Janser Barreto Leôncio (criança)

Produção[]

A ideia de adaptar o romance de Bernardo Guimarães veio de Eneida do Rego Monteiro Bomfim à Gilberto Braga. A obra até então era uma das menor prestígio de Guimarães, e criticada por especialistas por falhas no enredo. Mas Giba, apesar de achar a história "mal escrita" acreditava que tinha um bom enredo para uma novela. Como a história original não sustentaria muitos capítulos de novela, o autor se sentiu livre para modificações e criação de personagens.

Na história original, Álvaro (Edwin Luisi) aparece apenas na parte final. Para suprir a falta de um interessa amoroso para Isaura (Lucélia Santos), foi criado Tobias (Roberto Pirillo), que posteriormente foi morto, antes de Isaura conhecer Álvaro. Os telespectadores que conheciam o livro criticaram a criação de Tobias. Por outro lado, aqueles que não conheciam a história original ficaram chocados com a morte do personagem (morto carbonizado em uma cabana), pois acreditaram que ele era o mocinho da trama.

Outra mudança significativa foi avançar o período histórico da trama, que originalmente se passava na década de 1840, para se aproximar do momento da Abolição da Escravatura. Junto com Tobias, também morreu na cabana Malvina (Norma Blum), esposa de Leôncio sem ele saber que ele estava lá. A morte dela foi uma maneira de lidar com a Censura Federal, que não aceitava que um homem casado (Leôncio), cortejasse uma mulher solteira (Isaura).

Por conta da Censura, as mortes de Leôncio, por suicídio, e Rosa (Léa Garcia), que tomou o veneno que ela própria colocou em uma taça, foram apresentadas de maneira implícitas. Isto é, sem que eles aparecessem mortos. Antes do lançamento da novela, Gilberto Braga foi chamado para ir à Brasilia onde os censores lhe orientaram a não falar de escravos na novela, que para eles era um momento da história do Brasil que deveria ser esquecido. Por conta disso, o autor falou o mínimo possível sobre escravatura. E anos depois, retratou este momento na minissérie Anos Rebeldes, em 1992.

Vários nomes foram cogitados para viver Isaura, como Sônia Braga, Renée de Vielmond e Neila Tavares. Gilberto Braga pretendia ter Louise Cardoso. Herval Rossano negociou com Débora Duarte, que recusou por estar grávida. Por fim, Herval convidou Lucélia Santos após vê-la em uma peça de teatro, marcando a estreia dela na televisão. Gilberto Braga não concordou com a escolha de Lucélia por considerar que o porte físico dela não correspondia a da personagem. Com isso, truques de figurino e maquiagem a deixaram mais alta, robusta e com a pele mais morena.

Sem cidade cenográfica, a novela foi gravada totalmente em externas com cenários reais nas cidades fluminenses de Conservatória e Vassouras. A fachada da Fazenda Santa Cruz era a Fazenda Juréia, em Barra do Piraí. As externas da Fazenda Imbituba eram na Fazenda Santa Bárbara, em Valença. A fachada da chácara da família Almeida era uma parte de um casarão que foi usado pelo Consulado da Argentina, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. A abertura contou com pinturas do francês Jean-Baptiste Debret.

Herval Rossano dirigiu apenas os 25 primeiros capítulos e deixou os trabalhos para partir em lua-de-mel com sua então esposa, Nívea Maria. Os capítulos seguintes foram dirigidos por Milton Gonçalves.

O dramaturgo Nelson Gonçalves foi um dos mais notáveis fãs da novela e de Lucélia Santos, a quem considerava uma "força da natureza". Após a novela, Lucélia atuou em várias adaptações de obras do autor para o cinema.

Apesar do grande sucesso e da sua importância na história da televisão brasileira, a novela era rejeitada pelo próprio Gilberto Braga, que a chamou de "uma produção horrorosa". O diretor Herval Rossano também disse não gostar da obra e preferir Maria, Maria a ela. Em 2004, Herval dirigiu outra adaptação do livro em novela: A Escrava Isaura, na Record. Adaptada por Tiago Santiago, com Bianca Rinaldi como Isaura e Leopoldo Pacheco como Leôncio.

Legado Internacional[]

Além do sucesso no Brasil, a novela se destacou como um grande sucesso no exterior. Sendo vendida para mais de 80 países, tornando-se um fenômeno cultural em alguns deles, até mudando costumes e hábitos. Embora a Globo já vendesse algumas de suas novelas para o exterior antes dela, foi esta a obra a responsável por abrir portas para que outras produções brasileiras fossem exibidas pelo mundo.

Em alguns países da Europa, cujo público tinha dificuldade de acompanhar tramas longas, a novela foi exibida em sua versão para a reprise de 1979, com 30 capítulos. Dessa forma, tornou-se um sucesso em todo o continente. Foi a primeira novela brasileira a ser exibida em países onde poucas ou nenhuma obra estrangeira entrava, como a antiga União Soviética. E lá, foi responsável por inserir a palavra "fazenda" no idioma russo, uma vez que não havia um termo para aquele tipo de terra na linguagem até então.

Influenciou guerras, parando a da Croácia e causando um cessar-fogo entre a Bósnia e Sérvia. Em Cuba, um voo demorou porque os passageiros e a tripulação queriam assistir a um capítulo da novela. Na Polônia, uma emissora promoveu um concurso de sósias de Lucélia Santos e Rubens de Falco, que recebeu oito mil candidatos. A emissora estatal da Albânia enviou uma carta para a Globo pedindo para que fossem mais capítulos pois a novela não poderia acabar. Como resultado, Lucélia Santos, Rubens de Falco e Edwin Luisi rodaram o mundo para divulgar a produção.

O ápice de seu sucesso internacional foi na China. Lucélia Santos tornou-se uma grande estrela, reconhecida pela população sempre que visitava o país, e ganhou o Golden Eagle Awards na categoria "Melhor Atriz Estrangeira". Posteriormente, foi recepcionada pelo primeiro-ministro Deng Xiao Ping e se tornou embaixadora cultural do Brasil na China.

Reprises[]

Foi reprisada cinco vezes na Globo. Às 13h30 entre 29 de agosto de 1977 a 16 de janeiro de 1978, em 101 capítulos, sucedendo O Feijão e o Sonho (sua sucessora original) e antecedendo Locomotivas. Marcou 18,34 Pontos de média geral de audiência. Entre 17 de dezembro de 1979 a 19 de janeiro de 1980, foi reexibida após o fim de Cabocla, em uma edição compacta de 30 capítulos, até que Olhai os Lírios do Campo pudesse estrear com uma boa frente de capítulos. Marcou cerca de 33 Pontos de média geral.

Reapresentada também entre 20 de setembro a 31 de dezembro de 1982, dentro do TV Mulher, sucedendo Maria, Maria e antecedendo Ciranda de Pedra. Entre 13 de setembro e 13 de novembro de 1985, em 53 capítulos, para o sinal das antenas parabólicas, Distrito Federal e Fernando de Noronha, no lugar do Horário Eleitoral noturno. E entre 13 de setembro e 13 de novembro de 1990, em 53 capítulos, no Festival 25 Anos, sucedendo Rabo de Saia.

Também foi reprisada na íntegra pelo canal Viva 70 Fast do Globoplay na faixa das 20h10 entre 21 de maio a 7 de outubro de 2024, sucedendo A Sucessora e antecedendo Pecado Capital,

DVD[]

Em abril de 2012, a Globo Marcas lançou um box de DVDs contendo cinco discos com uma edição da novela compactada em 15 horas.