Estúpido Cupido foi a 18º novela das 18h. Escrita por Mário Prata, com direção de Régis Cardoso. Exibida entre 25 de agosto de 1976 e 28 de fevereiro de 1977, em 161 capítulos. Sucedendo Anjo Mau e antecedendo Locomotivas.
Com Françoise Forton, Ricardo Blat, Ney Latorraca, Elizabeth Savalla, Luiz Armando Queiroz, João Carlos Barroso, Leonardo Villar e Maria Della Costa nos papéis principais.
Enredo[]
No início da década de 1960, na fictícia cidade de Albuquerque, no interior de São Paulo, vive a jovem Tetê (Françoise Forton). Uma estudante normalista que sonha em se mudar para capital e ser eleita a Miss Brasil. Isso vai contra os planos de seu namorado ciumento, João (Ricardo Blat), um aspirante a jornalista que pretende se casar com ela.
Tetê é filha de Olga (Maria Della Costa), uma mulher desquitada que vive de maneira discreta. Ela é cortejada por Guima (Leonardo Villar), um viúvo dono de festas para a alta sociedade, que é pai de João. Ele entra em constante conflito com o filho por desejar para ele uma carreira mais vantajosa.
Paralelamente, chega a cidade o típico playboy da época Mederix (Ney Latorraca), que está há anos na escola para não perder a mesada do pai.
Elenco[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Françoise Forton | Maria Tereza Oliveira (Tetê) |
| Ricardo Blat | João Guimarães |
| Leonardo Villar | Alcides Guimarães Filho (Guima) |
| Maria Della Costa | Olga Oliveira |
| Ney Latorraca | Antônio Ney Medeiros (Mederix) |
| Luiz Armando Queiroz | Belchior |
| Elizabeth Savalla | Irmã Angélica |
| Nuno Leal Maia | Ricardo Acioly (Acioly) |
| Djenane Machado | Glória Siqueira (Glorinha) |
| João Carlos Barroso | Joel Otávio Oliveira (Tavico / Caniço) |
| Heloísa Millet | Betina Oliveira |
| Mauro Mendonça | Dr. Armando Siqueira (Tom Mix) |
| Marilu Bueno | Maria Antonieta Siqueira (Mariinha) |
| Oswaldo Louzada | Alcides Guimarães (Guimão) |
| Célia Biar | Adelaide (Danadinha) |
| Kléber Macedo | Eulália (Papudinha) |
| Antônio Patiño | Padre Batista (Batistão) |
| Ida Gomes | Madre Encarnación |
| Vic Militello | Joana D'Arc da Silva (Daquinha) |
| Tony Ferreira | Cabo Fidélis |
| Sônia de Paula | Cecília Oliveira (Ciça) |
| Carlos Kroeber | Frei Damasceno (Damassa) |
| Emiliano Queiroz | Padre Almerindo |
| Suely Franco | Irmã Consuelo |
| Ênio Santos | Aquino |
| Tião D'Ávila | Carneirinho |
| Heloísa Raso | Ana Maria (Aninha) |
| Luiz Orioni | Miguel |
| Arthur Costa Filho | Padre Guido |
| Henriqueta Brieba | Creuza Oliveira (Vovó Zinha) |
| Sandro Polloni | Comendador Giovani Fanfani |
| Cláudio Fontes | Arthur Godinho (Godinho) |
| Ricardo Garcia | José Maria Guimarães (Zé Maria) |
Participações[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Aldo Bueno | Policial |
| Celly Campello | Ela mesma |
| Cláudio Ayres da Motta | Mr. Gordon / Duarte |
| Dirceu Rabelo | Zé Maria (adulto) |
| Hilton Gomes | Ele mesmo |
| José Augusto Branco | Policial |
| Maria Glória Soares | Laura |
| Mário Prata | Mário Alberto |
| Marly Bueno | Apresentadora do Miss Brasil |
| Murilo Néri | Apresentador do Miss Brasil |
| Neuza Amaral | Madre Superiora |
| Patrícia Bueno | Sueli |
| Patrícia Mendes | Leila |
| Paulo Pinho | Paulo |
| Paulo Resende | Policial |
| Renato Bastos | Orlando |
| Silas Gregório | Eládio |
| Zanoni Ferrite | Pedro (Pepê) |
Produção[]
Primeira novela de Mário Prata, que começou na televisão sem sequer saber como funcionava o veículo. Segundo o próprio, ele não tinha TV em casa. Boni o aconselhou a conversar com Janete Clair e Dias Gomes e observar o trabalho de Janete no escritório dela. Com o título provisório de "Parece Que Foi Ontem", inspirado na música de Caetano Velloso, a novela teve como uma das inspirações o filme American Graffiti.
O enredo é praticamente autobiográfico. Mário Prata se inspirou na sua juventude na cidade de Lins e os personagens são inspirados em pessoas que conheceu na época. O personagem João (Ricardo Blat) serviu como um alter-ego e protagonizou momentos de metalinguagem. Ele e suas aspirações eram inspirados no próprio autor. Nos últimos capítulos, João estava lançando sua primeira novela que tinha o mesmo nome da novela da vida real. Na última cena, ele faz um comentário da câmera e então aparece os bastidores da gravação. O nome da cidade de Albuquerque é uma referência à cidade de criação de Prata que antigamente se chamava Lins de Albuquerque. O nome do casal principal, João e Maria Tereza (Françoise Forton) foram inspirados no ex-presidente João Goulart e na ex-primeira dama Maria Thereza Goulart.
Ney Latorraca deu contribuições ao seu personagem Mederix. O nome do ator é Antônio Ney, e do personagem também. Quando viu as primeiras chamadas no ar, pensou em sair da novela. Mas foi convencido a permanecer com o papel, mudando o visual dele de outra maneira. Joel Barcelos iria interpretar Belchior, mas teve desentendimentos com a produção e pediu demissão.
Foi a última novela das 19h em preto-e-branco. Porém, os dois últimos capítulos foram exibidos à cores. O motivo é que no final da novela, ocorreu uma passagem de tempo para o momento presente, 1977. A cidade cenográfica de Albuquerque ficava em Itaboraí, Rio de Janeiro.
Para os concursos de Misses com Tetê, Régis Cardoso inventou uma técnica para imprimir reações genuínas durante o anúncio da vencedora. As gravações eram feitas sem pausa, e o diretor mentia para a atriz dizendo que sua personagem ficaria em segundo lugar. Assim, quando Tetê fosse anunciada a vencedora, a reação de surpresa era da própria Françoise. As gravações do "Miss Brasil 1961" foram feitas no Estádio do Maracanãzinho, com um público real de dez mil pessoas. O concurso fictício contava com a presença de Hilton Gomes e Marly Bueno. Mário Prata fez uma participação interpretando um colunista social que era jurado do concurso.
Algumas cenas envolvendo a freira Angélica (Elizabeth Savalla) foram vetadas pela Censura Federa. Uma delas, seu projeto de montar a peça "O Auto da Compadecida", pelo fato da obra ter um homem negro como Jesus Cristo.
A novela fez um grande sucesso ao abordar os anos 1960. Uma época recente para os anos 1970, mas com comportamentos e culturas completamente diferentes. A trama re-popularizou hábitos da época, como roupas, acessórios, penteados, músicas e danças. O tema de abertura fez com que a cantora Celly Campello, então sumida da mídia, voltasse a fazer sucesso. Ela fez uma participação na novela, mas precisou emagrecer para ficar com a forma física que tinha nos anos 1960. O retornou ao estrelato motivou Celly a lançar novas músicas e relançar outras já gravadas.
O álbum nacional foi a primeira trilha de novela a superar a marca de 750 mil cópias vendidas. A novela estreou em uma quarta feira, pois a Globo esticou os capítulos finais de Anjo Mau por conta da transmissão dos Jogos Olímpicos de Montreal.
Reprise[]
Foi exibida na faixa das 14h entre 21 de maio de 1979 a 01 de janeiro de 1980, em 162 capítulos, sucedendo Carinhoso e antecedendo À Sombra dos Laranjais. Marcou 15,98 Pontos de média geral de audiência. Apesar de ter sido reprisada e ter feito sucesso, poucos capítulos foram preservados no acervo da Globo devido ao costume comum da época de reaproveitar fitas por serem caras demais.
Em 22 de janeiro de 2024, o Globoplay disponibilizou os 6 capítulos restantes através do Projeto Fragmentos. São estes: 1, 2, 80, 81, 159 e 160. Com o primeiro capítulo sendo disponibilizado sem os oito minutos iniciais.