Explode Coração foi a 51ª novela das 20h da Globo. Escrita por Gloria Perez, com direção de Ary Coslov, Gracindo Júnior e Carlos Araújo, e direção geral e núcleo de Dennis Carvalho. Exibida entre 6 de novembro de 1995 e 4 de maio de 1996, em 155 capítulos, sucedendo A Próxima Vítima e antecedendo O Fim do Mundo.
Com Tereza Seiblitz, Edson Celulari, Leandra Leal, Ricardo Macchi, Maria Luísa Mendonça, Rodrigo Santoro, Renée de Vielmond, Eliane Giardini e Paulo José nos papéis principais.
Enredo[]
No passado, as famílias ciganas Sbano e Nicolich fizeram um contrato de casamento para seus filhos Dara (Tereza Seiblitz) e Igor (Ricardo Macchi). Vinte anos depois, Igor surge para cumprir o acordo, mas Dara não quer saber de casamento. Ela quer estudar e ter um destino diferente do que era reservado às mulheres ciganas, apesar de não querer renegar suas origens. Por isso faz um cursinho pré-vestibular às escondidas, contra a vontade de seus pais, onde conhece Serginho (Rodrigo Santoro), com quem se envolve.
Enquanto teme ser descoberta por sua família e pela família de seu noivo, ela inicia uma relação pela internet com o empresário Júlio (Edson Celulari), via chamada de voz. Os dois, virtualmente, expõem seus dilemas um ao outro e se aproximam cada vez mais. Júlio vive um casamento de fachada com com a mimada Vera Avelar (Maria Luísa Mendonça). Ao se conhecerem pessoalmente e se apaixonarem, eles obstáculos difíceis para ficarem juntos. Como a insistência de Vera e Igor.
Outro empecilho é Yanka (Leandra Leal), irmã mais nova de Dara que é muito ligada às tradições ciganas e sonha em se casar logo. Mas sofre porque, na tradição, a mais nova da família só se casa depois da mais velha. Então, a garota faz de tudo para que a irmã se case logo com Igor.
Elenco[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Tereza Seiblitz | Dara Sbano |
| Edson Celulari | Júlio Falcão |
| Maria Luísa Mendonça | Vera Avelar |
| Ricardo Macchi | Igor Balboa |
| Françoise Forton | Eugênia Avelar |
| Paulo José | Jairo Sbano |
| Eliane Giardini | Lola Sbano |
| Laura Cardoso | Soraya Balboa |
| Daniel Dantas | Tadeu |
| Stênio Garcia | Pepe Balboa |
| Leandra Leal | Yanka Sbano |
| Rodrigo Santoro | Sérgio (Serginho) |
| Renée de Vielmond | Elizabeth (Beth) |
| Reginaldo Faria | César |
| Nívea Maria | Alícia |
| Regina Dourado | Lucineide Salgado |
| Rogério Cardoso | Romualdo Salgado (Salgadinho) |
| Deborah Evelyn | Yone |
| Cássio Gabus Mendes | Victor Salgado (Edu) |
| Herson Capri | Ivan Mendez |
| Helena Ranaldi | Larissa |
| Odilon Wagner | Leandro Avelar |
| Ester Góes | Luzia Balboa |
| Débora Duarte | Marisa Carvalho |
| Floriano Peixoto | Sarita Vitti |
| Isadora Ribeiro | Odaísa |
| Elias Gleizer | Augusto |
| Ivan de Albuquerque | Mio Sbano |
| Paula Lavigne | Sônia Salgado (Soninha Contratempo) |
| Eri Johnson | Adilson Gaivota |
| Guilherme Karan | Adalberto (Bebeto a Jato) |
| Sônia de Paula | Hebe (Hebinha) |
| Mariane Vicentini | Valéria |
| Paula Burlamaqui | Rose |
| Felipe Folgosi | Vladimir |
| Cássia Linhares | Natasha |
| Zezé Polessa | Mila |
| Cláudio Cavalcanti | Tolentino |
| Stella Freitas | Pattia |
| Gracindo Júnior | Geraldo |
| Lady Francisco | Carmem |
| Alexandre Lippiani | Antônio (Tom) |
| Carla Tausz | Mirtes |
| Roberta Índio do Brasil | Maria Catarina (Kathy) |
| Bruce Gomlevsky | Tchula |
| Juliana Aguiar | Nevenka |
| André Luiz | Marcos |
| Luís Cláudio Júnior | Gustavo (Gugu) |
| Patrick Alencar | Ricardo Henrique (Rique) |
Participações especiais[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Paulo Gorgulho | Deputado Lima Júnior |
| Mário Lago | Cigano |
| Bernardo Jablonski | Jaime |
| Marcos Breda | Cláudio |
| Karina Perez | Laura |
| Monah Delacy | Dona Lurdinha |
| Carlos Loffler | Billy |
| Arieta Corrêa | Jeannie |
| Antônio Pedro Borges | Duio |
| Cosme dos Santos | Dos Santos |
| Fábio Pillar | Policial |
| Flávio Guarnieri | Jairo (jovem) |
| Letícia Hess | Lola (jovem) |
| Chico Díaz | Pepe (jovem) |
| Flávia Bonato | Luzia (jovem) |
| Dary Reis | Almeidinha |
| Sônia Zagury | Mãe de Júlio |
| Dennis Carvalho | Novo marido de Vera |
| Lana Guelero | Atendente da lanchonete |
| Solange Badim | Repórter |
| Priscilla Rozenbaum | Noiva falsa de Salgadinho |
| Jorge Cherques | Pai de uma noiva de Salgadinho |
| Veluma | Candidata a vaga de garçonete na lanchonete |
| Vanessa Lóes | Modelo |
| Renata Vasconcellos | Modelo |
| Tony Ramos | Ele mesmo |
| Isabela Garcia | Ela mesma |
| Jane di Castro | Ela mesma |
| Léo Jaime | Ele mesmo |
| Isabelita dos Patins | Ela mesma |
| Renato Gaúcho | Ele mesmo |
| João Penca e Seus Miquinhos Amestrados |
Eles mesmos |
Produção[]
Primeira novela da Globo a ser gravada integralmente no recém-inaugurado Projac, foi a primeira trama de Gloria Perez a apresentar uma cultura exótica em seu enredo principal. Algo que foi seguido em novelas posteriores da autora. A produção também foi inovadora ao abordar a internet, ainda pouco conhecida do público brasileiro na época, e sua possibilidade de conexão entre pessoas de diferentes lugares. Ao propor falar sobre a internet, a autora relatou que chegou a ser ridicularizada e chamada de "louca" e "fantasiosa". E o público, na época, viu o tema como "ficção científica".
A personagem Dara (Tereza Seiblitz) foi inspirada em uma cigana real de Copacabana, que se casou com um homem não-cigano e enfrentou o preconceito de sua etnia. Atores fizeram laboratório para aprender hábitos e costumes do povo cigano, auxiliados pela jornalista Lúcia Abreu. Tereza Seiblitz se dedicou por um mês para a composição de sua protagonista, conversou com grupos de ciganos, leu a respeito da cultura, participou das festas e teve aulas diárias de dança.
Adriano Garib e Eduardo Moscovis fizeram testes para o papel de Igor, que ficou com o modelo Ricardo Macchi, em seu primeiro papel na televisão. Macchi se destacou negativamente na trama, por sofrer severas críticas do público e da imprensa especializada quanto a sua atuação. A repercussão foi tão notória que, nos anos seguintes, o nome "Cigano Igor" virou um sinônimo entre jornalistas e público nas redes sociais, para definir uma atuação ruim. E o ator ficou estigmatizado por conta de sua presença na novela. Em dezembro de 2012, ele reviveu o papel em uma participação em As Aventuras do Didi.
Enfrentou baixa audiência durante as primeiras semanas e a emissora impôs mudanças no figurino do núcleo cigano a partir da segunda semana de exibição. Eles passaram a usar roupas comuns, do dia-a-dia, uma vez que não eram ciganos nômades, e deixaram os trajes típicos apenas para festas e ocasiões especiais. Por causa dessa mudança, várias cenas foram regravadas.
Em dezembro de 1995, a advogada e cigana Mirian Stanescon conseguiu uma liminar que proibia a TV Globo de exibir as cenas onde Dara perdia a virgindade com Júlio (Edson Celulari). Segundo ela, a perda da virgindade da personagem cigana seria uma ofensa moral. Poucos dias depois, a liminar foi derrubada pela Justiça e a Globo pôde exibir a cena. Ciganos de Campinas fizeram críticas ao modo como a cultura cigana era retratada, alegado que não era fiel a realidade. Em contrapartida, cerca de quarenta ciganos se reuniram em frente ao Fórum do Rio em apoio à Glória Perez, torcendo para a cena entre Dara e Júlio ser exibida.
Um dos destaques da trama foi a personagem Sarita Vitti (Floriano Peixoto), um homem cis que se vestia e usava nome de mulher e que não tinha uma definição própria. Grupos gays da época não aprovaram a personagem por ela ter comportamento indeferido. O nome da personagem foi inspirado na atriz espanhola Sara Montiel e na atriz italiana Monica Vitti.
A novela lançou uma campanha para ajudar na localização de crianças desaparecidas. Através da Odaísa (Isadora Ribeiro), que sofria pelo desaparecimento de seu filho Gugu (Luís Cláudio Jr.) e se juntou Mães da Cinelândia, da vida real, no Rio de Janeiro. Durante alguns capítulos, foram exibidos depoimentos de mães em busca de seus filhos. E nos encerramentos, fotos de crianças desaparecidas. Essa ação ajudou a localizar 64 crianças na vida real.
As danças ciganas e seus trajes, fizeram sucesso entre o público. Tanto que, além das tradicionais álbuns de trilha nacional e internacional, foi lançado um terceiro chamado "Alma Cigana", com temas originais do núcleo cigano. A abertura, feita pela equipe de Hans Donner, apresentava uma cena futurista que mostrava tecnologias que ainda estavam por vir, como os tablets e SmartTVs. Fruto de pesquisas da época. Foi a responsável pela primeira aparição na televisão da então modelo Ana Furtado, que encarnou uma cigana que surgia "escaneada" na sala de um homem e dançava com ele.
Renata Vasconcellos, que também era modelo na época, fez uma pequena participação na trama.
Inicialmente prevista para ter entre 180 e 200 capítulos, terminou em 155, devido às oscilações de audiência enfrentadas pela trama. Além disso, a Globo e Gloria Perez entraram em um acordo para que a autora fosse liberada no início de maio de 1996, para julgamento dos acusados do assassinato de sua filha, Daniella Perez. A novela sucessora seria O Rei do Gado, mas como seus primeiros capítulos não ficaram prontos a tempo, a rede escalou O Fim do Mundo no lugar. A trama de Dias Gomes, que seria uma minissérie, serviu como um tapa-buraco até que O Rei do Gado estivesse pronta para ser lançada.
Reprise[]
No quadro "Novelão" do Vídeo Show, foi exibida em formato compacto entre 15 e 25 de outubro de 2012, em 10 capítulos, sucedendo Dancin' Days e antecedendo Laços de Família. Foi reprisada na íntegra pelo Viva na faixa das 23h30 e 13h30 entre 29 de janeiro e 27 de julho de 2018, sucedendo O Fim do Mundo (sua sucessora original) e antecedendo A Indomada.
Em 22 de junho de 2020, foi disponibilizada na íntegra pelo Globoplay. Sendo a terceira novela a fazer parte do "Projeto Resgate", que levava clássicos da teledramaturgia em seu formato integral e original, no streaming.