TVPedia Brasil

Caso queira contribuir, leia antes as regras do portal. São terminantemente proibidos: a cópia literal do conteúdo e da formatação da Wikipedia ou qualquer outro site, inserir conteúdo falso, fictício, ofensivo, que fujam do tema do portal e artigos vazios. A administração poderá agir contra qualquer contribuição que viole as regras.

LEIA MAIS

TVPedia Brasil
Advertisement

Fera Ferida foi a 48ª novela das 20h da Globo. Escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, com colaboração de Márcia Prates e Flávio de Campos. Livremente inspirada nas obras de Lima Barreto: “Clara dos Anjos” (1948), “Recordações do Escrivão Isaías Caminha” (1909), “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1915), “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá” (1919), “O Homem que Sabia Javanês” (1911), “Numa e a Ninfa” (1915) e “A Nova Califórnia” (1910). Direção de Dennis Carvalho, Marcos Paulo, Carlos Magalhães e Carlos Araújo, e direção geral de Denis Carvalho e Marcos Paulo. Exibida entre 15 de novembro de 1993 e 16 de julho de 1994, em 209 capítulos, sucedendo Renascer e antecedendo Pátria Minha.

Com Edson Celulari, Giulia Gam, Lima Duarte, José Wilker, Susana Vieira, Cláudia Alencar, Hugo Carvana, Joana Fomm e Juca de Oliveira nos papéis principais.

Enredo[]

Tudo começou quando, no passado, o prefeito da fictícia Tubiacanga apresentou uma pepita à população, acreditando haver ouro na cidade. Convencendo os moradores a lhe entregar as economias para a construção de uma empresa de mineiração. Quando o povo descobre que a pepita era falsa, eles se revoltam contra o prefeito, que tenta fugir com a mulher e o filho em uma canoa. Mas ele e a mulher são atingidos por um pistoleiros e morrem afogados. E o filho, o sobrevivente, enterrou os pais jurando se vingar.

Quinze anos depois, Feliciano Júnior (Edson Celulari), o filho da antigo prefeito, retorna a Tubiacanga, sob a identidade de Raimundo Flamel, para vingar a morte de seus pais. Alquimista e misterioso, ele se apresenta à população da cidade como alguém capaz de transformar ossos humanos em ouro, logo aguçando a curiosidade e a ambição dos moradores. Trata-se de um plano para destruir aqueles que julga responsáveis pelo fim trágico de sua família.

Seus principais alvos são o corrupto prefeito Demóstenes (José Wilker) e o ambicioso Major Bentes (Lima Duarte). Mas Flamel não contava que se apaixonaria perdidamente por seu amor de infância, Linda Inês (Giulia Gam), filha de Demóstenes que está namorando o filho de Bentes. Ele tenta evitar, como pode, esse sentimento. E Linda Inês, por sua vez, sente-se mais atraída por Flamel, sem saber que ele é Feliciano Júnior.

Demóstenes mantém um caso secreto com Rubra Rosa (Susana Vieira), esposa de seu opositor polítio, o vereador Numa (Juca de Oliveira. Mas a chegada da atriz Perla Menescau (Cláudia Alencar), mexe com os sentimentos do prefeito. Fazendo Rubra Rosa dispute o amor do prefeito com a forasteira. Já Major Bentes, que manda em tudo na cidade, vive perturbado por problemas do passado. Ele tem um filho bastardo com Salustiana Maria Tibiriçá (Joana Fomm), que ela o usa para travar uma disputa de poder com o homem.

Elenco[]

Intérprete Personagem
Edson Celulari Raimundo Flamel / Feliciano Mota da Costa Júnior
Giulia Gam Linda Inês Tibiriçá de Souza Maçaranduba da Costa
José Wilker Demóstenes Maçaranduba da Costa
Susana Vieira Rubra Rosa Poente Pompílio de Castro
Lima Duarte Major Emiliano Cerqueira Bentes (Major Bentes)
Juca de Oliveira Praxedes de Menezes
Cláudia Alencar Perla Menescau (Guiomar)
Hugo Carvana Numa Pompílio de Castro
Joana Fomm Salustiana Maria Tibiriçá de Souza de Azevedo Picanço
Marcos Winter Cassy Jones de Azevedo Picanço
Cássia Kis Ilka Maria Tibiriçá de Souza
Paulo Gorgulho Ataliba Timbó
Cláudia Ohana Camila
Arlete Salles Margarida Pestana Weber
Vera Holtz Querubina Praxedes de Menezes
Tuca Andrada Carlos Barromeu (Delegado Barromeu)
Camila Pitanga Teresinha Fronteira
Deborah Evelyn Zigfrida "Frida" Pestana Weber
Pedro Vasconcelos Etevaldo Praxedes de Menezes
André Gonçalves Vivaldo Fronteira
Carolina Dieckmann Carol
Murilo Benício Fabrício
Tonico Pereira Chico da Tirana
Alexandre Barbalho Montemor
Anna de Aguiar Isolda "Isoldinha" Pestana Weber
Antônio Pompeo Joaquim dos Anjos
Bruno De Luca Uilson Praxedes de Menezes
Cláudio Fontana Áureo Poente Pompílio de Castro
Cláudio Marzo Orestes Fronteira
Cléa Simões Cleonice
Clemente Viscaíno Juca
Daniela Faria Daiana
Érika Rosa Clara dos Anjos
Ewerton de Castro Genival Gusmão
Fernanda Lobo Belmira
Fernanda Muniz Valéria
Giuseppe Oristânio Maxwell Antenor
Isadora Ribeiro Dona Marquesa
Ivan de Albuquerque Mestre Nicolau
Julciléa Telles Ivonete
Lívia Ramos Consuelo
Luís Antônio Pilar Antônio
Luíza Tomé Maria dos Remédios
Maria Adelaide Ferreira Maria da Graça
Maria Ceiça Engrácia dos Anjos
Maria Gladys Lucineide Barbosa
Maria Helena Dias Júlia
Norton Nascimento Wotan
Otávio Augusto Afonso Henriques de Lima Barreto
Patrick de Oliveira Romão Fronteira (Romãozinho)
Raul Labanca Animal
Renato Vasconcelos Sidney
Rubens Caribé Guilherme Cerqueira Bentes
Rosane Gofman Vaina Marina
Sonaira D'Avila Sônia
Waldemar Berditchevski Laurindo

Participações especiais[]

Intérprete Personagem
Tarcísio Meira Feliciano Mota da Costa
Lucinha Lins Laurinda Pestana Mota da Costa
Diogo Bandeira Feliciano Mota da Costa Junior (criança)
Mariana Guimarães Linda Inês de Souza Maçaranduba da Costa (criança)
Odenir Fraga Januário
Odilon Wagner Friederich Weber
Marcos Paulo Rodrigo Otávio
Mário Lago Juiz de paz
Pedro Paulo Rangel Oficial de justiça
Carla Tausz Douzília
Daniel Augusto Charles
Eunice Gonçalves Gina
Guilherme Karan Miguel da Ilha
Ig vieira Maria
Jacy Oliveira Janete
Leyla Batorie Sofia
Mila Moreira Viviane Musselini
Nalme Silvia
Wanderson Gomes Peninha
Afrânio Gama Homem do porco
Aírton Figueiredo Jornaleiro / Pintor
Ângela Britto Dona do armarinho
Antônio Celso Vereador
Bileco Jornalista
Caju Office-boy da prefeitura
Fredy Monteiro Homem do Leite
César Augusto Morador
Comanche Barqueiro
Jamaica Magalhães Dona do bar
Luiz Santiago Varredor de Rua
Milena Timóteo Auxiliar da irmandade
Nete Cabral Empregada de Major Bentes
Roberto Moraes Soldado
Waldir Fernandes Soldado
Rogério Dolabella Foca da Gazeta de Tubiacanga
Sérgio Britto Padre
Sidney Marques Motorista da prefeitura
Suely Suzuki Mulher solteira

Produção[]

Mais uma trama com realismo fantástico assinada pelo trio Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn. A novela teve como base as obras do gênero, do escritor Lima Barreto. Inspirada em sete histórias, dentre romances e contos. Um dos contos, "A Nova Califórnia", escrita em 1910 e publicada em 1915, foi o título provisório da produção. Uma vez que foi desta história que veio o nome da cidade fictícia de Tubiacanga.

A trama de Etevaldo (Pedro Vasconcelos) foi inspirada em “O Homem que Sabia Javanês”, publicada em 1911. O nome de Numa (Hugo Carvana) veio do conto "Numa e a Ninfa". Já Clara dos Anjos (Érika Rosa) veio do romance de mesmo nome, publicado em 1948, anos após a morte do autor. Outras homenagens a Lima Barreto estavam presentes na trama: um quadro com o retrato do escritor, com uma faixa presidencial, estava no gabinete da prefeitura da cidade fictícia; o personagem de Otávio Augusto ganhou o nome de Afonso Henriques, pois este eram os dois primeiros nomes do romancista; e ruas da cidade foram batizadas com os nomes de obras e personagens de Barreto, como Praça Policarpo Quaresma, Rua Gonzaga de Sá, e Rua Escrivão Isaías Caminha.

Os autores também aproveitaram o noticiário político brasileiro do momento como metáforas durante a trama. Também citando ex-presidentes reais e momentos históricos como o regime militar. Serviu de paródia a notícia em que então presidente Itamar Franco estava no Sambódromo do Rio de Janeiro, durante o Carnaval, com a modelo Lílian Ramos, que foi fotografada sem calcinha. Na novela, Perla (Cláudia Alencar) foi receber as chaves da cidade sem usar a peça íntima. Já o personagem Áureo Poente (Cláudio Fontana) imitou o comportamento e falas do ex-presidente Fernando Collor.

Além de Raimundo Flamel (Edson Celulari), havia outros personagens com caracteristicas mágicas. Como Camila (Cláudia Ohana), que dormia anos a fio; e o coveiro Orestes (Cláudio Marzo), que falava com os mortos. As relações amorosas entre Demóstenes (José Mayer) e Rubra Rosa (Susana Vieira) literalmente incendiavam tudo ao redor. Fazendo referência a personagem Marcina (Sônia Braga) de Saramandaia (1976).

Também havia a personagem Ilka Tibiriçá (Cássia Kis), que tentava resolver o problema de impotência sexual do amado Ataliba Timbó (Paulo Gorgulho) preparando pratos exóticos e afrodisíacos. Para estas cenas, foram usadas receitas do livro “Comer e Amar”, de Lauretta Marie Josephe e Okky de Souza, escrita em 1986. Apenas o prato "sarapatel das delícias" veio de uma sugestão de um professor veterinário de Botucatu, São Paulo, que prestou consultoria à produção para o trato aos animais.

Em um terreno de Jacarepaguá, onde depois foi inaugurado os Estúdios Globo, foi erguida 30.000 m² em 45 dias. A maior da história da emissora até então. Uma cidade inteira foi construída para as cenas em externa, contando com um rio artificial com 1,7 milhão de litros de água, cujas correntezas eram causadas por um seis bombas hidráulicas. A cidade também tinha seis prédios em tamanho natural, ancoradouro, praças, jardins, cemitérios e pedreira.

A fazenda de Demóstenes, assinado pelo cenógrafo Raul Travassos, foi inspirada na arquitetura das fazendas inglesas. A tecelagem de Linda Inês (Giulia Gam) contava com quatro teares artesanais centenários, encontrados na cidade de Carmo do Rio Claro, em Minas Gerais. Além de duas rocas e cem ovelhas da raça corriedale. Efeitos especiais inseriram no entorno Tubiacanga, imagens da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, e uma cachoeira de Brasília.

Por conta da grandeza da cidade cenográfica, e as chuvas que ocorreram a época, ela só ficou pronta uma semana antes da estreia da novela. Por isso, as cenas iniciais no local contaram com a direção de Gonzaga Blota. Enquanto Dennis Carvalho pôde se dedicar às gravações em Volta Redonda, no Sul Fluminense.

As cenas da primeira fase da trama foram feitas em uma corredeira em Três Rios, na região do centro fluminense. Contando com o auxílio de mergulhadores, bombeiros, serviço médico e ambulância. As cenas de Linda Inês (Giulia Gam) no curral foram feitas em Volta Redonda. Já as cenas finais foram gravadas no Vale do Loire, na França. País onde também foram gravadas cenas em um castelo em Chaumont, que serviu de locação para o castelo de Mestre Nicolau (Ivan de Albuquerque).

Cenas em que a personagem Camila levitava enquanto dormia rodeada de aves foram feitas pela equipe de efeitos especiais da emissora. Os profissionais fizeram um molde do corpo de Cláudia Ohana em uma prancha de fibra e usaram chromakey. Antonio Jayro Fagundes, que cuidava de animais, foi o responsável por posicionar as aves em estúdio.

Uma das características da produção foi a liberdade em que os atores tiveram para improvisar falas. O que muitos fizeram em cena. No entanto, a novela enfrentou saída de atores e mudanças na direção. Aguinaldo Silva acreditou que os personagens Ivonete (Julciléa Telles) e Vivaldo (André Gonçalves) não funcionaram como o esperado e os matou durante um incêndio na casa da família. A atuação de Érika Rosa foi muito criticada e por isso, ela saiu da trama antes do final. Sendo este, seu único trabalho televisivo até então.

Dennis Carvalho deixou a direção geral antes do final para poder se dedicar à mesma função em Pátria Minha, novela sucessora do horário. Dennis foi chamado após Gilberto Braga se desentender com Luiz Fernando Carvalho, que dirigiria a sua novela. Coube a Marcos Paulo, que fazia dupla com Dennis, finalizar a produção.

O último capítulo, excepcionalmente, foi exibido em um sábado, em 16 de julho de 1994. A reapresentação foi ao ar na noite seguinte, domingo, após o Fantástico. Neste capítulo final, o cinema de Tubiacanga exibiu cenas de Pátria Minha, para promover o lançamento do próximo folhetim.

A novela marcou o retorno de Juca de Oliveira após dez anos longe da emissora. As camisas usadas por Raimundo Flamel, em estilo bata com a gola arredondada, fizeram sucesso entre o público masculino na época. E a peça foi batizada com o nome do personagem: Camisa Flamel. Paulo Gorgulho acompanhou treinos do Corinthians para compor seu personagem, que era um jogador de futebol.

Reprises[]

Foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo entre 15 de setembro de 1997 e 6 de fevereiro de 1998, em 105 capítulos, sucedendo A Viagem e antecedendo Felicidade. Marcou 20,03 Pontos de audiência.

No Viva, foi reprisada na íntegra, na faixa da 0h entre 15 de junho de 2015 e 13 de fevereiro de 2016, sucedendo O Dono do Mundo e antecedendo Laços de Família. Dois anos antes, esteve entre as quatro opções de uma enquete promovida pelo site do canal para decidir a reprise que sucederia a de Rainha da Sucata em 2013. A novela ficou em último lugar na votação e a vencedora foi Água Viva.

Advertisement