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Mandala foi a 38ª novela das 20h da Globo. Escrita por Dias Gomes, Marcílio Moraes e Lauro César Muniz, livremente baseada na peça "Édipo Rei" de Sófocles. Com direção de Ricardo Waddington, José Carlos Pieri e Fábio Sabag e direção geral de Ricardo Waddington. Exibida entre 12 de outubro de 1987 e 14 de maio de 1988, em 185 capítulos, sucedendo O Outro e antecedendo Vale Tudo.

Com Vera Fischer, Felipe Camargo, Carlos Augusto Strazzer, Nuno Leal Maia, Raul Cortez, Gianfrancesco Guarnieri, Célia Helena, Perry Salles e Gracindo Júnior nos papeis principais.

Enredo[]

Jocasta (Vera Fischer) é uma mulher bem-sucedida, mas inquieta à procura do filho desaparecido que teve com Laio (Perry Salles). Vinte e cinco anos, em 1961, ela era uma estudante ativista de 18 anos, filha de um militante comunista se apaixonou por Laio, filho de um empresário e ficou grávida ele. Após se consultar com um guru amigo, que previu que seu filho lhe mataria e teria uma relação amorosa com a mãe, Laio sumiu com o bebê logo após o nascimento.

O filho desapareido, no presente, é Édipo (Felipe Camargo), que foi criado por um casal que não pôde ter filhos biológicos. É encontrado por Laio em uma estrada sem saber do parentesco um do outro. Laio expandiu a fortuna do pai investindo em jogo clandestino. E durante uma dicussão entre os dois, na mesma estrada, ele morre ao cair de uma ribanceira.

Édipo, dotado de poderes paranormais, conhece Jocasta, que se apaixona por ele. Sem saber que ele é seu filho. Ela é alvo das investidas do bicheiro Tony Carrado (Nuno Leal Maia). E o rapaz ainda tem que enfrentar Argemiro (Carlos Augusto Strazzer), o guru que previu a tragédia, dando início a uma batalha mística entre o bem e o mal.

Elenco[]

Intérprete Personagem
Vera Fischer Jocasta Silveira
Felipe Camargo Édipo Junqueira
Perry Salles Laio Lunardo
Nuno Leal Maia Tony Carrado
Lúcia Veríssimo Letícia
Carlos Augusto Strazzer Argemiro
Ângela Leal Mercedes Junqueira
Oswaldo Loureiro Américo Junqueira
Gianfrancesco Guarnieri Túlio Silveira
Célia Helena Ceres Silveira
Gracindo Júnior Creonte Silveira
Raul Cortez Pedro Bergman
Osmar Prado Gerson Silveira
Bia Seidl Mariana
Imara Reis Vera
Paulo Gracindo Vovô Pepê (Petronílio Silveira)
Yara Côrtes D. Conchita
Ilka Soares Lena
Milton Gonçalves Apolinário Santana
Aída Leiner Eurídice Barbosa Santana
Grande Otelo Jonas Caetano Barbosa
Ruth de Souza Zezé (Maria José Barbosa)
Aracy Cardoso Flora
Betina Viany Ondina (Madame Lorrain)
Jayme Periard Miguel
Jandir Ferrari Toninho Carrado
Betty Erthal Dalva
Lupe Gigliotti Dona Severina
Fafy Siqueira Jupira
Carlos Kroeber Dr. Henrique
Reynaldo Gonzaga Fernando (Nando)
Maria Alves Carmem Barbosa Santana
Marcos Breda Hans
Antonio Grassi Zé Mário
Chico Tenreiro Pinto
Luiz Magnelli Soneca
Felipe Martins Wanderley

Participações Especiais[]

Intérprete Personagem
Giulia Gam Jocasta Silveira (jovem)
Taumaturgo Ferreira Laio Lunardo (jovem)
Marco Antônio Pâmio Argemiro (jovem)
Suzana Faini Glória Lunardo
Walmor Chagas Michel Lunardo
Marcos Palmeira Creonte
Deborah Evelyn Vera
Lília Cabral Lena
Mauro Mendonça Adroaldo
Chico Dias Rafael
Fernando Amaral Dr. Washington
Beatriz Lyra Estela
Daniel Dantas Otávio
Danton Mello Gerson
Paulo César Pereio Capitão
Daniel Trindade Jorge
Ana Luiza Folly Lurdes
Schulamith Yaari Lucrécia
Marcelo Picchi Chris
Rubens Corrêa Dr. Lanes
Castro Gonzaga Gilberto
Francisco Milani Efigênio
Breno Bonin Luís
Gisela Arnoud Luciana
Esmeralda Hannah Marli
Rejane Goulart Beatriz
Walney Costa Sinésio
Luciana Fontenelli Isabel
Anna Gallo Marlucy
Cleonir dos Santos Fiapo
Theresa Mascarenhas Marcene
Christovam Netto Tico-Tico
Paulo Camargo Marcos
George Otto Perito criminal
Marina Miranda Empregada doméstica dos Silveira
Carlos Wilson Pai-de-Santo
Luiz Sérgio Lima e Silva Dirigente do Partido Comunista
Júlio Levy Mordomo de Michel
Yara Amaral Mãe de Rafael

Produção[]

Releitura contemporânea do mito de Édipo e da tragédia grega escrita no século V a.C., a novela enfrentou polêmicas e baixa aceitação do público após a primeira fase, que se passava em 1961. A trama de incesto teve problemas com a Censura, mas também outros temas que a produção abordava. Como bissexualidade, aborto e drogas. Para a sua exibição ser liberada, a Globo se comprometeu a fazer modificações na sinopse original, após a questão parar no Conselho Superior de Censura.

Uma cena de beijo entre Édipo (Felipe Camargo) e Jocasta (Vera Fischer) foi vetada pela Censura. Porém, outra foi liberada posteriormente por ficar entendido que, apesar do beijo ser incestuoso, os personagens não sabiam que eram filho e mãe. A Censura também interferiu nas tramas políticas, que tiveram que ser atenuadas.

Desenvolvida por Dias Gomes, o plano original era de que ele escrevesse a novela durante cerca dos quarenta capítulos iniciais, toda a primeira fase e o início da segunda. E depois disso, passaria a autoria para Marcílio Moraes, ocupando apenas o cargo de supervisor de texto. Porém, Dias ficou doente e apenas pôde escrever até o capítulo 35, fazendo com que Marcílio assumisse a história antes do planejado. Nos capítulos finais, Lauro César Muniz, com quem escreveu Roda de Fogo (1986) o ajudou na escrita.

Efeitos especiais foram utilizados para marcar a trasição de fases da história. Foi feita uma maquete de 5m² reproduzindo a Orla de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, dos anos 1960. Gravando quadro a quadro, prédios foram sendo colocados na maquete para simbolizar a passagem de tempo.

Nuno Leal Maia se destacou ao interpretar o bicheiro Tony Carrado, que dizia frases engraçadas. O ator deu suas sugestões para o figurino do personagem à equipe da figurinista Sônia Soares, que chegou a receber telefonemas de bicheiros e homens ricos à procura dos ternos coloridos usados por Tony. O sucesso do personagem fez com que a novela ganhasse uma trilha sonora complementar, além da nacional e internacional. Intitulada “As 'Preteridas' do Tony Carrado”, o disco contava com doze faixas intercaladas por comentários de Nuno interpretando Tony, em texto escrito por Marcílio Moraes.

Quem também se destacou foi Giulia Gam, em seu primeiro trabalho na televisão, que viveu a protagonista Jocasta em sua fase jovem. A atriz ganhou prêmios de artista revelação no Troféu Imprensa e Troféu APCA.

Vera Fischer e Felipe Camargo, par romântico na ficção, iniciaram um romance na vida real durante os bastidores da novela. Na época, Vera era casada com Perry Salles, que viveu Laio e se separou dele. Vera e Felipe tiveram um casamento de sete anos que ficou conturbado com o passar dos anos.

A boneca "Menina Flor", fabricada pela indústria de brinquedos da novela, foi comercializada na vida real pela Estrela. Era uma boneca de pano que podia se transformar em vaso de flor.

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