Meu Pedacinho de Chão foi a 83ª novela das 18h da Globo. Escrita por Benedito Ruy Barbosa, remake e reboot da novela homônima de 1971, também escrita por Barbosa. Contou com colaboração de Edilene Barbosa e Marcos Barbosa, direção de Henrique Sauer, Pedro Freire e Carla Bohler, direção geral de Carlos Araújo e Luiz Fernando Carvalho, e direção de núcleo de Luiz Fernando Carvalho. Exibida entre 7 de abril e 1º de agosto de 2014, em 96 capítulos, sucedendo Joia Rara e antecedendo Boogie Oogie.
Com Juliana Paes, Osmar Prado, Rodrigo Lombardi, Bruna Linzmeyer, Irandhir Santos, Johnny Massaro, Bruno Fagundes, Tomás Sampaio, Geytsa Garcia, Antônio Fagundes e Emiliano Queiroz nos papéis principais.
Enredo[]
Na fictícia Vila de Santa Fé, a professora Juliana (Bruna Linzmeyer chega ao local para ensinar às crianças. Mas se depara com um povo humilde e acuado pelos desmandos do Coronel Epaminondas (Osmar Prado), que dita as regras do lugar. Um homem arrogante que resolve tudo no grito e com armas.
A professora desperta a adimiração de Ferdinando (Johnny Massaro), filho de Epaminontas que contrariou o pai estudando agronomia ao invés de se formar em direito. E também desperta o amor platônico de Zelão (Irandhir Santos), capataz do Coronél. Porém, Juliana se apaixona e começa um romance com Renato (Bruno Fagundes), um médico que chega à Vila de Santa Fé para construir um posto de saúde, o que desagrada Epaminondas.
O romance de Juliana com Renato desperta o ciúme de Zelão, que disposto a tudo para ficar com a professora, tenta conquistá-la com belas palavras. Mas como não sabe escrever, ele conta com a ajuda de amigos como Serelepe (Tomás Sampaio) .
Paralelamente, há a história de Serelepe e Pituca (Geytsa Garcia), duas crianças que vivem uma amizade secreta. Pituca é filha do Coronel e Catarina (Juliana Paes), e não aceita a amizade dela com o menino, por este viver na rua. Ela quer saber a verdadeira origem de Serelepe, mas ele não aceita a ajuda.
Elenco[]
Intérprete | Personagem |
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Bruna Linzmeyer | Juliana Alves Menezes |
Irandhir Santos | José Aparecido Menezes (Zelão) |
Johnny Massaro | Ferdinando Napoleão |
Paula Barbosa | Regina Falcão (Gina) |
Juliana Paes | Maria Catarina Napoleão |
Osmar Prado | Epaminondas Napoleão |
Antônio Fagundes | Giácomo Brunneto |
Rodrigo Lombardi | Pedro Falcão |
Inês Peixoto | Tereza Falcão (Tê) |
Geytsa Garcia | Liliane Napoleão (Pituca) |
Tomás Sampaio | José Augusto Napoleão (Serelepe) |
Bruno Fagundes | Dr. Renato Batista |
Ricardo Blat | Prefeito das Antas |
Dani Ornellas | Amância |
Cíntia Dicker | Milita |
Emiliano Queiroz | Padre Santo |
Flávio Bauraqui | Rodapé |
Letícia Almeida | Rosa de Freitas (Rosinha) |
Kauê Ribeiro de Sousa | Napoleão Renato da Silva (Tuim) |
Gabriel Sater | Viramundo |
Teuda Bara | Mãe Benta |
Fernando Sampaio | Marimbondo |
Raul Barretto | Izidoro |
Alice Coelho | Lurdes |
Alex Brasil | Jonas |
Kaik Brum | Joca |
Tatiana Tiburcio | Jandira da Silva |
Cridemar Aquino | Alfredo da Silva |
Dida Camero | Irmã Carmem |
Evandro Melo | Secretário do Prefeito |
Participações Especias[]
Intérprete | Personagem |
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Stênio Garcia | Delegado |
Ney Latorraca | Cirilo Batista |
Sandro Christopher | Homero Bruno |
Mareliz Rodrigues | Clotilde |
Produção[]
Remake de Meu Pedacinho de Chão, primeira novela da faixa das 18h da Globo, da história, que também foi exibida pela Cultura. A emissora havia pedido a Benedito Ruy Barbosa entregar a novela totalmente escrita, antes de ir ao ar. Evitando assim, atrasos comuns na entrega de capítulos de produções de sua autoria. Ele a escreveu entre junho e dezembro de 2013.
Apesar do autor negar que fosse um remake, e que reaproveitaria apenas o título e alguns personagens, a trama foi a mesma da versão original. Benedito também alegou que pretendia inserir nesta releitura, críticas políticas mais ácidas como o sucateamento da saúde e educação no país e o hábito do coronelismo. Temas que foram barrados na versão de 1971, por conta do regime militar em vigor na época.
As primeiras cenas foram gravadas em fevereiro de 2014, em segredo por Luiz Fernando Carvalho. Ao contrário da versão de 1971, a de 2014 se passou em um ambiente completamente fantasioso, inspirados em contos de fadas e baseados no olhar lúdico de uma criança. Com cenários hiper coloridos e figurinos surrealistas.
Nos Estúdios Globo, foi erguida uma cidade cenográfica em um terreno 8 mil m², que serviu de cenário para a ficítia Vila Santa Fé, contando com 28 construções. Foram construídas casas e prédios revestidos de latas recicladas, a partir da obra do artista plástico Raimundo Rodriguez. Também foram feitas janelas e portas pequenas, para dar a sensação de "cidade em miniatura". Outros elementos construídos na cidade cenográfica foram cavalos coloridos e articulados por engrenagens, árvores coloridas com mantas de crochê, um carrossel com escultura de vacas (chamado de "curral-céu".
A animação, com técnicas de stop-motion e time-lapse, foi assinada por Cesar Coelho. O figurino foi assinado por Thanara Schönardie e teve como materia-prima principal, tecidos tecnológicos e materiais plásticos. Entre dezembro de 2014 e março de 2015, após o fim da novela, foi montada uma exposição com 42 figurinos, em uma mostra gratuíta na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio de Janeiro.
O processo de caracterização dos personagens foi elaborado. Johnny Massaro por exemplo, levava dez horas para ficar pronto, usando dreadlocks e lentes de contato. Bruna Linzmeyer optou por não usar peruca, tingindo os próprios cabelos de rosa. Rodrigo Lombardi e Bruno Fagundes também tingiram seus cabelos, mas de ruivo.
Nos teasers e chamadas de lançamento, era mostrado um galo de ferro chamado Bené (criado em homenagem a Luiz Fernando Carvalho e Benedito Ruy Barbosa), animado em stop-motion. O personagem foi inserido na história, como uma surpresa ao público, pois não estava previsto na sinopse.
Prevista originalmente para ter 101 capítulos, foi reduzida a 96. Durante cinco dias (três dias de junho e dois dias de julho), deixou de ser exibida por conta da transmissão da Copa do Mundo que ocorria na época.
Durante o capítulo 70, uma cena fez com que o público questionasse o uso de decotes muito acentuados no figurino das personagens de Bruna Linzmeyer e Juliana Paes. Na cena em questão, o decote de Juliana (Bruna Linzmeyer) teria supostamente feito com seu seio aparecesse acidentalmente.
No mesmo dia deste capítulo, 30 de junho de 2014, o Ministério da Justiça considerou classificar a novela como inadequada para maiores de 12 anos, por conter cenas de consumo de álcool ("drogas lícitas"), impossibilitando sua exibição antes das 20h. O MJ monitorou a trama por quinze dias, decidindo manter a classificação original (inadequada para maiores de 10 anos), reclassificando para 12 anos após o fim da novela.
Em agosto de 2019, foi lançado um livro pela LeYa Casa da Palavra, mostrando bastidores da trama e da concepção de cenários e figurinos.