O Grito foi a 22ª novela das 22h da Globo. Escrita por Jorge de Andrade, com direção de Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota. Exibida entre 27 de outubro de 1975 e 30 de abril de 1976, em 125 capítulos sucedendo Gabriela e antecedendo Saramandaia.
Com Glória Menezes, Walmor Chagas, Ney Latorraca, Rubens de Falco e Yoná Magalhães nos papéis principais.
Enredo[]
O paulistano Edifício Paraíso sofre com a desvalorização após a construção do Minhocão. Os moradores ficam divididos quando uma parte deles querem expulsar uma moradora do prédio: Marta (Glória Menezes), uma ex-freira que tem um filho com problemas e que grita muito durante a noite.
Os moradores entram em paranoia quando o interceptador do prédio é roubado. Nele, era possível escutar as ligações dos moradores. Cartas anônimas, da pessoa misteriosa que roubou o interceptador, são entregues a Marta, ameaçando entregar o segredo dela e de todos do prédio ao delegado Sérgio (Ney Latorraca), também morador do Edifício, que passa a investigar todos no local.
Elenco[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Glória Menezes | Marta Mourão |
| Walmor Chagas | Gilberto |
| Ney Latorraca | Sérgio |
| Rubens de Falco | Agenor |
| Yoná Magalhães | Kátia |
| Tereza Rachel | Débora |
| Isabel Ribeiro | Lúcia |
| Elizabeth Savalla | Pilar |
| Leonardo Villar | Edgard |
| Maria Fernanda | Mafalda |
| Edson França | Otávio |
| Regina Vianna | Dorotéia |
| Marcos Paulo | Orlando |
| João Paulo Adour | Rogério |
| Françoise Forton | Marina |
| Yara Côrtes | Carmem |
| Roberto Pirillo | Mário |
| Suely Franco | Laís |
| Sebastião Vasconcelos | Francisco |
| Eloísa Mafalda | Socorro |
| Ruth de Souza | Albertina |
| Lídia Brondi | Estela |
| Flávio Migliaccio | Osvaldo |
| Chica Xavier | Lázara |
| Castro Gonzaga | Sebastião |
| Ida Gomes | Branca |
| Guto Franco | Guilherme |
| Midori Tange | Midori |
| Carmen Alvarez | Ana |
| Paulo Gonçalves | Caio |
| Antônio Ganzarolli | Gurgel |
| Cosme dos Santos | Jairo |
| Jacyra Silva | Nair |
| Maria das Graças | Jacira |
| Heloísa Raso | Arlete |
| Carmen Monegal | Cleide |
| Tonico Pereira | Corrêa |
| Tony Ferreira | Grandalhão |
| Marcos Andreas | Paulinho |
| Ricardo Garcia | Bento |
Participações especiais[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Alciro Cunha | Ernesto |
| Carlos Fontoura | Amigo de Jairo |
| Esther Mellinger | Dolores |
| Fábio Sabag | Diretor de teatro |
| Francisco Dantas | Davi |
| Hortência Tayer | Prostituta |
| Jardel Mello | Dr. José |
| Lady Francisco | Prostituta |
| Lajar Muzuris | Anacleto |
| Lourdes Mayer | Olímpia |
| Maria Lúcia Dahl | Joana |
| Miriam Ficher | Débora (criança) |
| Otávio Augusto | Henrique |
| Pepa Ruiz | Maria |
| Reginaldo Vieira | Marginal |
| Ziembinski | Professor de filosofia |
Produção[]
Considerada incompreendida pelo público, Jorge de Andrade queria abordar a realidade e o caos da cidade de São Paulo. O realismo no qual o autor retratou o local causou o repúdio dos paulistanos e uma crítica do então deputado federal Aurélio Campos no Congresso Nacional, em Brasília. Acusando a novela de retratar São Paulo de uma maneira negativa e "distorcida". A "vida imitou a arte" quando, na época de exibição da novela, moradores de um prédio no Rio de Janeiro, em Ipanema, queriam expulsar um garoto de doze anos com deficiência mental, que gritava e tinha comportamentos agressivos.
Walter Avancini dirigiu o início da novela, entregando os trabalhos a Gonzaga Blota e Roberto Talma. Glória Menezes, após cinco novelas anteriores, aparecia em uma trama sem ter seu marido Tarcísio Meira como seu par. O papel de Agenor, um homossexual reprimido que se vestia de mulher à noite, foi oferecido a Leonardo Villar, Fúlvio Stefanini e Mauro Mendoça, além de Emiliano Queiroz ser cogitado. Os atores recusaram o papel polêmico para a época, que foi aceito por Rubens de Falco. Elizabeth Savalla atuou grávida, e a medida que sua barriga crescia, ela era mostrada em ângulos mais próximos, uma vez que sua personagem era solteira e a Censura Federal não permitia mostrar mulheres solteiras grávidas.
Embora a maior parte da trama tivesse sido ambientada na região do Minhocão, a fachada do Edifício Paraíso ficava no Jardim Botânicio, no Rio de Janeiro, próxima a sede da Globo. A abertura foi a primeira de uma novela a ter inserções de merchandising, com outdoors do Banco Bamerindus e da marca de calça jeans Levi's.
O último capítulo, no qual morre o filho de Marta (Glória Menezes), reservou uma grande surpresa ao público. Todos os acontecimentos da trama, desde o início, aconteceram em apenas uma semana. Com isso sendo revelado com uma narração. Foram gravados três resoluções para o portador misterioso do interceptador. Gilberto (Walmor Chagas) e Otávio (Edson França) eram os interceptadores nos finais que não foram ao ar. No que foi ao ar, Marta foi quem roubou o aparelho, que usou o segredo dos moradores para assegurar a sua permanência no prédio e proteger seu filho.
Em 19 de agosto de 2024, o Globoplay disponibilizou os três únicos capítulos preservados da novela através do "Projeto Fragmentos": o primeiro, o segundo e o último.