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O Outro foi a 37ª novela das 20h da Globo. Escrita por Aguinaldo Silva, com colaboração de Ricardo Linhares, direção de Fred Confalonieri, Ignácio Coqueiro e José de Abreu e direção geral de Gonzaga Blota, Ricardo Waddington e Del Rangel. Exibida entre 23 de março e 10 de outubro de 1987, em 179 capítulos, sucedendo Roda de Fogo e antecedendo Mandala.

Com Francisco Cuoco, Yoná Magalhães, Natália do Valle, Malu Mader, Herson Capri, Beth Goulart, Miguel Falabella e Marcos Frota nos papeis principais.

Enredo[]

Paulo Della Santa e Denizard de Mattos (Francisco Cuoco) são dois homens extremamente idênticos, mas com vidas completamente distintas um do outro. Paulo é um empresário milionário, em crise nos negócios e na família. Sua esposa, Laura (Natália do Valle), luta para manter o casamento, mas enfrenta a torcida contra dos filhos do primeiro casamento de Paulo e do próprio irmão, que cobiça a fortuna do empresário. Enquanto Denizard é um simplório dono de ferro velho viúvo, mantém um caso amoroso com sua secretária Índia do Brasil (Yoná Magalhães). Ele é um homem incorruptível, mas seu sócio no ferro-velho, tem planos criminosos para o lugar: usá-lo para desmonte de carros roubados.

Os dois homens descobrem a existência um do outro ao se encontrarem no banheiro de um posto de gasolina, que explode e pega fogo logo em seguida. Denizard é resgatado com amnésia, sendo confundido com Paulo. Por conta da perda de memória, passa a ocupar o lugar do empresário. Quando adversários de Paulo descobrem a troca de identidade, eles se aproveitam por interesse, por desejarem tomar o lugar do sósia. Enquanto Laura se apaixona por ele, pensando ser seu marido.

E Paulo, dado como morto, não teve seu corpo encontrado. Aos poucos, Denizard recupera sua memória, cuja troca de identidades não é segredo para Glorinha da Abolição (Malu Mader), filha da governanta dos Della Santa e que vive da venda de artesanatos na praia. Ela luta para descobrir a identidade de seu pais, que na verdade é Paulo, e se envolve com Denizard.

Elenco[]

Intérprete Personagem
Francisco Cuoco Paulo Della Santa
Denizard de Mattos
Yoná Magalhães Índia do Brasil
Natália do Valle Laura Della Santa Antunes
Malu Mader Glorinha da Abolição
Herson Capri Gabriel
Beth Goulart Marília Della Santa
Miguel Falabella João Silvério Antunes
Marcos Frota Pedro Ernesto Della Santa
Cláudia Abreu Maria José de Mattos (Zezinha)
José Lewgoy Agostinho Della Santa
Eva Todor Liúba
Flávio Galvão Benjamin
Elaine Cristina Ivete
Arlete Salles Wilma
Ewerton de Castro Vidigal
Stepan Nercessian Delegado Barbosão
José de Abreu Genésio
Cláudia Raia Edwiges
Ísis de Oliveira Doroteia (Dodô)
Luma de Oliveira Débora (Dedé)
Tonico Pereira Nininho Americano
Wanda Kosmo Yolanda
Lutero Luiz Demerval Parente
Jonas Mello Cordeiro de Deus
Antônio Pompeo Batista
Rosane Gofman Monalisa
Ilva Niño Belmira
Cristina Galvão Cida
Augusto Olímpio Cavaquinho
Milton Rodrigues Gato
Valter Santos Melo Mendonça
Melise Maia Selma
Cláudio Ferrario Baixinho
Fernando Almeida Lico
Anselmo Lyra Júnior
Carolina Moura Bianca

Participações especiais[]

Intérprete Personagem
Sérgio Britto Caio Graco Della Santa
Zilka Salaberry Cigana
Emiliano Queiroz Delegado Antenor
Leonardo José Eduardo
Cleonir dos Santos Abraão
Leda Borba Tereza
Adelaide Palete Madalena
Josias de Almeida Olegário
Gisele Fraga Concorrente de Dedé no concurso
Nani Venâncio Concorrente de Dedé no concurso
Paula Burlamaqui Concorrente de Dedé no concurso
Augusto Xavier Ronald Figueiredo
Marina Lira Lizete
Cleyde Blota Jurema
José Augusto Branco Médico
Regina Duarte Juíza
Ida Gomes Promotora
Ivan Cândido Promotor
Germano Filho Padeiro
Paulo Figueiredo Hércules
Paulo Cintura Ele mesmo
Abrahão Farc Morador do asilo
Eliana Ovalle Alzira
Breno Bonin Gallo
Alfredo Murphy Capanga
Ricardo Waddington Esquiador

Produção[]

Primeira novela solo de Aguinaldo Silva, o autor teve diversas inspirações para a história: os filmes "Kagemusha", "O Segundo Rosto", e "O Terceiro Homem"; e o romance “O Duplo”, de Dostoievski. Mesmo sendo um tema comum em ficção, a obra foi acusada de copiar a novela Vidas Cruzadas (1965) da Excelsior, escrita por Ivani Ribeiro, que tinha uma trama semelhante.

Aguinaldo também foi acusado de plágio pela roteirista e cineasta Tânia Lamarca, que o acusou de ter usado a sinopse “Enquanto Seu Lobo Não Vem”, escrita por ela e Marilu Saldanha e enviada para a Casa de Criação Janete Clair. Local onde a Globo recolhia sinopses para análise, na época. O caso foi parar na justiça e o STF obrigou a Globo a indenizá-la. Em comum acordo entre as partes, a Globo pagou três milhões de reais a Tânia (que havia pedido 12 milhões de indenização). A roteirista usou o filme para produzir o filme "Buena Sorte" em 1997, enquanto a Globo, depois desse episódio, proibiu qualquer funcionário de receber sinopses que não fossem de autores contratados da emissora. Por isso, a Casa de Criação Janete Clair chegou ao fim.

O autor chamou Ricardo Linhares para colaborar com a escrita, e este escreveu capítulos inteiros da novela. O nome de Denizard, e o fato do personagem ser espírita, foi uma homenagem de Aguinaldo Silva à doutrina. O nome veio do nome real de Alan Kardec: Hippolyte Léon Denizard Rivail. Betty Faria estava cotada para viver Índia do Brasil, e Glória Menezes e Vera Fischer para Laura, que originalmente se chamaria Edith. Glória e Vera recusaram o papel, que ficou com Natália do Vale, após a atriz se destacar como Andréia, a vilã principal de Cambalacho (1986). Cláudia Abreu foi escalada enquanto participava das últimas gravações de Hipertensão. De modo que a atriz, durante um período, apareceu simultaneamente nas duas novelas.

Os primeiros capítulos gravados foram reprovados por Paulo Afonso Grisolli, então diretor de núcleo do horário. Considerando que faltava qualidade técnica e figurinos adequados. Desta forma, o então diretor geral Marcos Paulo foi substituído por Gonzaga Blota, que regravou todas as cenas, com o auxílio de Grisolli em algumas delas. Para manter Marcos na produção, Aguinaldo Silva criou o personagem Gabriel especialmente para ele, mas o ator e diretor recusoiu e o papel ficou com Herson Capri. Marcos Paulo, um mês após sua saída, foi integrado ao elenco de Brega & Chique.

Foram gravadas cenas em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e na Argentina, onde o diretor Ricardo Waddington interpretou um esquiador que paquerou Glorinha (Malu Mader), deixando Denizard (que se passava por Paulo) com ciúmes. A cidade cenográfica erguida em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, reproduzia ruas de Copacabana.

O primeiro capítulo contou com uma cena em que Paulo sonhava em enforcar um homem parecido com ele. Para produzir a cena, a ideia inicial era de que Francisco Cuoco contracenasse com um figurante que usava uma máscara de borracha feita a partir do rosto do ator. Para fazer essa máscara, foi contratada uma equipe de São Paulo especializada em máscaras mortuárias, que faria uma cabeça de acrílico com as feições do ator a partir de um molde de gesso. O gesso foi colocado sobre o rosto de Cuoco, mas ficou preso na pele dele por ter se secado e por conta da barba que prendia o material. O ator ficou preso ao gesso por cinco horas, e precisou usar um canudinho para respirar. Cogitaram chamar o IML, mas a máscara saiu com o uso de martelo e talhadeira. Cuoco recordou com humor, que o ocorrido deixou sua barba com falhas permanentes.

Essa cena, então, passou a ser feita com Cuoco interpretando Paulo e Denizard, que gravou duas vezes vestido como personagens diferentes. Contando com recursos de edição. Nos primeiros capítulos, o ator contou com o auxílio do dublê Victor Lopes.

José Lewgoy deixou o elenco no meio da produção, queixando-se da falta de qualidade da mesma. Enquanto a produção se queixava que Lewgoy causava problemas à equipe. Seu personagem, Agostinho, morreu, e foi substituído por Caio Gracco (Sérgio Britto), irmão de Agostinho e que foi criado às pressas.

A novela abordou o espiritismo através de Denizard e Índia do Brasil (Yoná Magalhães), que era uma médium. E questões de saúde pública brasileira, através de Pedro Ernesto (Marcos Frota). Em entrevista, Aguinaldo Silva fez uma provocação dizendo que seu "drama carioca" dava mais audiência que a "comédia paulistana" de Cassiano Gabus Mendes. A novela no caso, era Brega & Chique que estreou um mês após a trama de Aguinaldo. Cassiano não respondeu mas, como uma curiosa coincidência, a novela das 19h passou a ultrapassar a das 20h em audiência com o passar dos meses.

Na abertura, apareceu rapidamente a marca de jeans Goodway, como uma ação publicitária.

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