Os Trapalhões foi um programa humorístico exibido na Tupi entre 1974 e 1976, e posteriormente na Globo entre 1977 à 1995.
Origens[]
Em 1966, dois humoristas Renato "Didi" Aragão e Manfried "Dedé" Sant'Anna se uniram para um programa exibido pela TV Excelsior, chamado Adoráveis Trapalhões, que além da dupla trazia alguns estereótipos como o "galã" Wanderley Cardoso, o "diplomata" Ivon Curi e o "estourado" Ted Boy Marino, entre outros personagens. Com a saída da maioria do elenco, o músico Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum e Mauro Gonçalves, conhecido como Zacarias, entraram e formaram o quarteto, que ainda teve um programa na Record chamado Os Insaciáveis, em 1972.
História[]
Em 1974 o produtor Wilton Franco, criou o humorístico, que ia ao ar na TV Tupi, que ia ao ar aos domingos, inclusive muitas vezes batendo a audiência do Fantástico em São Paulo. Devido aos problemas financeiros da emissora, o grupo migrou para a Rede Globo, a convite do então "todo poderoso" Boni, que ofereceu melhores condições para a continuidade do programa.
Apesar do convite, Renato Aragão teve um pouco de desconfiança, e redigiu um documento de três páginas, com condições para que o grupo fosse para a emissora carioca, como escolha de diretores e redatores. Mesmo com o "padrão Globo de qualidade" que poderia barrar o grupo, Boni, aceitou o contrato e a estréia do grupo no canal se deu em dois especiais exibidos dentro da Sexta Super, em janeiro e fevereiro. A estréia oficial foi em 13 de março de 1977, um domingo, antes do Fantástico. Seu conteúdo era basicamente esquetes sem conexão alguma, intercalados com números musicais e participação dos humoristas e convidados.
As principais inspirações eram comédias pastelão e chanchada (gênero de comédia, muito usado no cinema nacional nos anos 60 e 70, onde era um humor burlesco, popularesco). As esquetes eram ideias do próprio Aragão, que também poderia se vestir em "homenagem" aos convidados, como Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Tony Tornado, entre outros. Muitas vezes, o humorista chegava ao Teatro Fênix, e já gravava alguma esquete, inspirado em alguma coisa que havia visto ou ouvido no caminho do trabalho.
Em 28 de junho de 1981, foi comemorado os 15 anos do grupo, o que rendeu um especial de sete horas, com participação da maioria do elenco da TV Globo, além da criação de uma campanha de doação de órgãos, bolsas de estudos e ajuda à deficientes.Em 1982, alguns quadros passaram a ser gravados com a participação de platéia, e em 1983, foram inclusas gravações externas, e também a campanha Nordeste Urgente, uma espécie de embrião do Criança Esperança, que surgiu em 1986. Também em 1983, houve uma separação temporária, de Aragão e o resto dos integrantes, que passaram a participar do programa A Festa é Nossa, enquanto Aragão, apresentou os Trapalhões sozinho.
Seis meses depois, já em 1984, o grupo retorna, de suas "férias conjugais", segundo Aragão, com um programa especial com participações de Chico Anysio, e do grupo Balão Mágico, o programa contou um pouco da história do grupo e mostrava um cenário todo branco, salvo alguns elementos de cena coloridos.Em 1985, o programa tem uma série de esquetes gravados em Los Angeles, e sua identidade visual foi renovada. No ano seguinte, foi transformado em um programa infanto-juvenil, e suas esquetes ficando mais curtas e interligadas umas as outras, e também utilizando de efeitos visuais.
Em 28 de dezembro de 1986, foi ao ar o especial de 20 anos do grupo, no qual era chamado "20 anos Trapalhões - Criança Esperança", uma renomeação do SOS Nordeste, em parceria com a UNICEF. Desde então a emissora exibe o especial Criança Esperança. geralmente no mês de agosto, reunindo o elenco da emissora para solicitar doações ao projeto. Em 1988, foi criado o quadro Quartel Trapalhão, com a participação de Roberto Guilherme, mais conhecido como Sargento Pincel, e um dos quadros de maior sucesso do programa.
Em 18 de março de 1990, o grupo sofreu uma perda irreparável, Mauro Gonçalves, o Zacarias, morreu de insuficiência respiratória, um pouco antes do inicio da nova temporada. Com isso o programa teve que ser reinventado, com novos quadros, para suprir a ausência de Gonçalves.
A temporada estreou em 8 de abril de 1990, e trouxe novidades, como o Trapa Hotel, uma espécie de sitcom, passada em um hotel, e também mudanças no cenário, que passou a ser uma espécie de metrópole, com carros, edifícios, letreiros em neon, e outros elementos que remetem a um bairro. Nesse cenário eram feitas as apresentações musicais. Em 1992, foi criada a Vila Vintém, um quadro no qual Didi interpretava Bongo, um personagem inspirado em Charles Chaplin. Em 1993 o programa passou por uma nova reformulação, desta vez extinguindo a platéia, e as "risadas" de fundo, e passou a contar com o quadro Nos Cafundós do Brejo, passado numa fazenda, e escrito pelo grupo Casseta & Planeta.
Em 1994, o grupo sofre mais uma baixa, desta vez de Mussum, que faleceu devido à problemas cardíacos no dia 29 de julho daquele ano. Neste período Didi chegou a cogitar encerrar a carreira, e o programa começou com reprises dos melhores momentos, pois suas gravações haviam sido interrompidas. Também foram exibidos os melhores momentos de segunda à sexta, na faixa das 17 horas. Em 1995 chegou a ter uma nova temporada, com Didi e Dedé, e também duas assistentes de palco, um cenário, quadros e esquetes reformulados, porém em agosto daquele ano, o programa foi cancelado em definitivo.
As temporadas de 1988 à 1995 foram reprisadas pelo canal Viva, entre 1° de janeiro de 2018 à 13 de janeiro de 2020.
Legado[]
Ao longo de sua existência, o programa rendeu uma série de filmes muito bem sucedidos, como "Os Saltimbancos Trapalhões" (que teve uma sequencia em 2018), "Os Vagabundos Trapalhões", "A Princesa Xuxa e Os Trapalhões", entre outros, que levaram milhões de pessoas aos cinemas e renderam inúmeras exibições na Sessão da Tarde posteriormente. Também entrou no Livro dos Recordes como o programa humorístico mais duradouro da TV.
Também vários talentos do humor passaram pela redação como Chico Anysio, o grupo Casseta & Planeta, Carlos Alberto de Nóbrega, Mauro Wilson, Roberto Silveira, entre outros. O programa também rendeu um amplo merchandising, incluindo sapatos, revistas em quadrinhos, álbuns musicais, e também foi enredo da escola de samba Unidos do Cambuçu, em 1988. Depois do fim do grupo, Didi teve alguns programas solo na Rede Globo como Aventuras do Didi e A Turma do Didi, além de fazer filmes e especiais para a TV. Dedé por sua vez, fez parte do Comando Maluco, exibido no SBT nos anos 2000, retornando à Globo em 2017 para o reboot dos Trapalhões.
Em 2017 o canal Viva anunciou um reboot em homenagem com novos comediantes fazendo o papel de sobrinhos dos integrantes originais, porém teve uma fraco recepção entre os fãs e, sem repetir o sucesso do remake da Escolinha do Professor Raimundo, acabou sendo cancelado com apenas uma temporada.
Palavrões em humor ingênuo[]
Mesmo que a trupe de humoristas usasse uma temática mais ingênua e com humor pastelão, alguns filmes dos Trapalhões tiveram palavras de baixo calão e seus produtores se esqueceram de cortar ou censurar algumas cenas dos mesmos.[1][2][3][4][5]
Musicas de fundo[]
Essas são as musicas que foram usadas nos episodios.
Trilhas | Compositor(es) | Álbuns |
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Le Gâteau D'Anniversaire | Janko Nilovic | Jouets Musicaux |
La Guerre Des Bouffons | ||
Western Follies | ||
Centrifuge And Corrine Put Down | John Barry | Moonraker |
Bond Smells a Rat | ||
Main Title | Jerry Goldsmith | Sebastian |