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Pedra sobre Pedra foi a 45ª movela das 20h da Globo, coproduzida com a RTP. Escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, com colaboração de Márcia Prates e Flávio de Campos. Direção Paulo Ubiratan, Luiz Fernando Carvalho, Gonzaga Blota e Carlos Magalhães, e direção geral de Paulo Ubiratan. Exibida entre 6 de janeiro e 31 de julho de 1992, em 178 capítulos, sucedendo O Dono do Mundo e antecedendo De Corpo e Alma.

Com Lima Duarte, Renata Sorrah, Armando Bógus, Eva Wilma, Maurício Mattar, Adriana Esteves, Eloísa Mafalda e Fábio Júnior nnos papéis principais.

Enredo[]

A história se passa na fictícia Resplendor, pequena cidade do sertão nordestino. No passado, Murilo Pontss (Lima Duarte), iria se casar com Pilar (Renata Sorrah). Mas no momento do casamento ela diz não, por acreditar que seu noivo engravidou sua amiga. Como vingança, Pilar casou-se com o herdeiro da família Batista, inimigo de Murilo. Enquanto este se casou com Hilda (Eva Wilma), que sempre o amou. Murilo tem um filho, Leonardo (Maurício Mattar), e vai para Brasília seguir carreira política. Enquanto Pilar dá a luz a Marina (Adriana Esteves), no mesmo dia que seu marido morre. Assim, Pilar assume o controle da família Batista.

Vinte e cinco anos depois, Murilo retorna à cidade com a intenção de fazer Leonardo o prefeito do lugar. Mas entrenta uma rivalidade política com Pilar, que quer que Marina se torne prefeita. Os dois nem imaginam que seus filhos se apaixonaram após se conhecerem, e vivem um relacionamento escondido.

Os Pontes e os Batistas ainda tem um terceiro adversário político: Cândido Alegria (Armando Bógus), um homem perigoso, que enriqueceu após matar um amigo, e nutre uma paixão por Pilar. Seu desejo é conquistar a prefeitura e o coração de Pilar. Além destes, a cidade recebe a visita do misterioso fotógrafo Jorge Tadeu (Fábio Júnior), que seduz as mulheres da cidade.

Elenco[]

Intérprete Personagem
Lima Duarte Murilo Pontes
Renata Sorrah Pilar Farias Batista
Maurício Mattar Leonardo Pontos
Adriana Esteves Marina Farias Batista
Armando Bógus Cândido Alegria
Eva Wilma Hilda Pontes
Fábio Júnior Jorge Tadeu
Eloísa Mafalda Gioconda Pontes
Andréa Beltrão Úrsula Pontes
Paulo Betti Carlos Batista (Carlão)
Luíza Tomé Vida
Humberto Martins Yago
Arlete Salles Umbelina Queiroz (Delegada Francisquinha)
Nelson Xavier Delegado Queiróz
Carla Marins Eliane
Osmar Prado Sérgio Cabeleira
Pedro Paulo Rangel Adamastor Moreira Crownley
Tânia Alves Lola
Marco Nanini Ivonaldo Pontes
Cecil Thiré Kleber Vilares
Elizângela Rosemary Pontes
Nívea Maria Ximena Vilares
Carlos Daniel Ernesto
Suzana Borges Inês
Isadora Ribeiro Suzana Frota
Miriam Pires Dona Quirina
Eduardo Moscovis Tíbor
Lília Cabral Alva
Ênio Gonçalves Diamantino
Raymundo de Souza Emanuel (Sete Estrelas)
Tereza Seiblitz Jerusa
Paula Burlamaqui Nair
João Carlos Barroso Arquibaldo
Reinaldo Gonzaga Paulo Henrique (P.H.)
Thelma Reston Romena
Rosane Gofman Zuleica
Ilva Niño Naninha
Antônio Pompêo Padre Otoniel
Selton Mello Bruno
Lu Mendonça Nice
Roberto Frota Heraldo
Maria Mariana Olímpia
Jackson Costa Ulisses
Patricia Furtado Daniela
Thiago Justino Flô
Daniela Faria Liz
Ricardo Pavão Seu Bilico

Participações especiais[]

Intérprete Personagem
Nuno Leal Maia Laíre
Reinaldo Gonzaga P.H. (Paulo Henrique)
Nelson Baskerville Murilo Pontes (jovem)
Cláudia Scher Pilar Faria (jovem)
Felipe Camargo Jerônimo Batista
Geraldo Del Rey pai de Pilar
Luciana Braga mãe de Eliane
Buza Ferraz Benvindo Soares
Elias Gleizer taxista que traz os portugueses a Resplendor
Andréa Murucci Hilda (jovem)
Carlos Eduardo Capeletti Padre Diogo
Neusa Borges Pombagira
Francisco Carvalho Super Téo
Risa Landau Gioconda Pontes (jovem)
Ivan de Almeida Cazuza
Daniel Lobo Carlão Batista (menino)
Via Negromonte Feliciana
Paulo Ubiratan pretendente de Pilar
Rogério Samora Miguel

Produção[]

Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn retornaram ao horário nobre com mais uma trama com elementos de realismo fantástico e ambientada em uma cidade fictícia da região do Nordeste do Brasil, que se apresentava como um microcosmo do Brasil. Sendo esta, a primeira do tipo com uma história original, uma vez que Tieta (1989) foi baseada em um romance de Jorge Amado. Foi coproduzida pela rede portuguesa RTP (Rádio e Televisão Portuguesa), que financiou 20% da produção e a exibiu com exclusividade em Portugal posteriormente, no canal RTP1.

Tendo como títulos provisórioa "Resplendor" e "Garimpo", foi apresentada à Globo por Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn em 1990 como uma minissérie. Mas o projeto foi engavetado pela emissora, que achou a história vasta demais para uma produção de poucos capítulos. E com isso, a dupla de autores se dedicou a desenvolver a minissérie Riacho Doce. Posteriormente, o projeto foi aprovado, como novela.

Em razão da parceria com a RTP, a novela teve cenas gravadas em Lisboa e dois atores portugueses no elenco: Carlos Daniel (Ernesto) e Suzana Borges (Inês). A cidade cenográfica construída foi a maior da Globo até então. Nela, havia um calçamento feito em pé-de-moleque (formado por pedras) de verdade, sobre uma base de concreto para não ser danificada; uma gruta de 1.500m² com fibras de vidro e materiais naturais; e um acampamento cigano de 60m² com três tendas.

Cenas externas foram gravadas nas cidades do Rio de Janeiro: Volta Redonda, Valença e Vassouras. Além do Alto da Boa Vista na capital. Também foram feitas gravações em Lençóis, na Bahia, onde a equipe precisou escalar despenhadeiros. E no Parque Nacional da Chapada Diamantina, também na Bahia, foram mobilizados 70 profissionais, além de dois caminhões com oitenta toneladas de equipamento. Paraque fossem feitas gravações em lugares de difícil acesso, como a gruta da Pratinha e a cachoeira Poço do Diabo.

O cotidiano da cidade de Lençóis foi a maior inspiração para a fictícia Resplendor. O município, no século XX, foi a maior exportadora de diamantes do mundo. Enquanto que a cidade da novela era conhecida como a "capital dos diamantes". Essa ispiração fez com que algumas casas erguidas na cidade cenográfica fossem baseadas em construções reais de Lençóis.

No período de estreia da trama, Aguinaldo Silva e Dias Gomes travaram uma longa briga. Na época, Roque Santeiro (1985) estava sendo reprisada na Sessão Aventura, trama que os dois escreveram. Gerando várias comparações entre as duas e fazendo a reprise ser encurtada. Aguinaldo Silva, em entrevista ao Jornal do Brasil, lembrou que Dias Gomes se inspirou em uma peça sua, "O Berço do Herói", para criar Roque Santeiro, e ironizou dizendo que se quisesse copiar alguém, preferiria copiar Janete Clair, falecida esposa de Dias, classificando-a como a melhor dramaturga da família Gomes.

Diante desta declaração, Dias Gomes respondeu, em entrevista ao mesmo Jornal do Brasil, chamando Aguinaldo de "megalômano" e uma "pessoa tão feia por dentro e por fora". Declarando que a citação a Janete Clair foi um desrespeito à memória da autora. Aguinaldo Silva respondeu com ironia em uma cena da novela onde Naninha (Ilva Niño) diz que Pilar (Renata Sorrah) detesta ser chamada de viúva. Uma alusão à Viúva Porina (Regina Duarte) de Roque Santeiro, pelo fato de Ilva Niño ter interpretado Mina, empregada da personagem da trama de Dias. O acordo de paz entre os dois novelistas só veio a aconteer em 1999, pouco tempo antes do falecimento de Dias Gomes.

Originalmente, Betty Faria viveria Pilar, mas o papel ficou om Renata Sorrah. Cristiana Oliveira foi cogitada para viver Marina, mas o papel ficou com Adriana Esteves. Arlete Salles precisou aprender a andar de lambreta para interpretar Francisquinha. Foi a última novela de Armando Bógus, que morreu em 1993. Ele já enfrentava problemas de saúde durante as gravações, e suas cenas foram diminuídas para preservá-lo, porém, o ator decidiu seguir com o trabalho até o fim.

Marcou o retorno de Fábio Júnior às novelas, afastado desde Roque Santeiro (1986). Para integrar o elenco, o cantor impôs que pudesse gravar apenas por dois dias a cada quinze dias, para conciliar a sua agenda musical, e que a Globo divulgasse a sua turnê de shows. Na cena em que seu personagem morre, no final da trama, onde seu corpo é tomado por borboletas e desaparece assim que elas voam, a equipe contou com a colaboração do psicólogo espeialista em animais Antônio Jayro Fagundes. A gravação desta sequência contou com 146 borboletas monarcas e um dublê de Fábio Júnior, com o corpo besuntado com mel.

O especialista em efeitos especiais Domingos Utimura criou um molde de silicone de um arbusto de fícus e reproduziu-o em resina. Para a criação de um arbusto da praça central de Resplendor que se contorcia e dava risada quando Jorge Tadeu (Fábio Júnior) urinava nela. No miolo dos troncos foram colocados cabos flexíveis, aciondados por controle remoto. Para a cena em que o arbusto crescia e se tornava uma árvore, quatro homens com balões de oxigênio entraram em um buraco e puxaram a árvore, para que a sequência fosse exibida ao contrário. Foram usadas câmaras de ar para fazer o efeito das raizes quebrando as calçadas e um plástico coberto com terra no entorno para simular um tremor.

Nove caminhões-pipa com 120 mil litros de água foram usados para uma cena de de forte chuva durante primeira noite de amor de Carlão (Paulo Betti) e Vida (Luiza Tomé). E três caminhões com terra vermelhna foram usados para reproduzir o lamaçal que invadiu a cidade após a chuva. O capítulo 152, exibido em 23 de dezembro de 1992, transformou-se em um especial de Natal. Nele, foi mostrada a encenação do Auto de Nossa Senhora da Luz, padroeira de Resplendor. Contando com todo elenco e uma produção de 700 pessoas. No último capítulo, o diretor Paulo Ubiratan fez uma participação especial, interpretando um homem que conhece Pilar em uma viagem.

A abertura, criada pela equipe de Hans Donner, utilizou imagens de paisagens de Lençóis, na Chapada Diamantina. Nela, aparecia a modelo Mônica Fraga que, nua, integrava-se às paisagens se transformando em rochas e montanhas, por meio de computação gráfica. Algo parecido com a abertura de Tieta (1989). Entre os créditos, aparecia o nome de Andrea Avancini durante toda a exibição da novela. Porém, ela nunca apareceu na produção.

O personagem Murilo Pontes (Lima Duarte) reapareceu posteriormente em A Indomada, de 1997, durante uma participação especial. O antúrio, flor que fazia Jorge Tadeu voltar à vida, fez sucesso na vida real, sendo muito vendida pelas floriculturas.

Reprises[]

No Vale a Pena Ver de Novo, foi reprisada entre 10 de abril e 11 de agosto de 1995, em 89 capítulos, sucedendo Tieta e antecedendo Renascer. Marcou 21,47 pontos de média geral de audiência.

No Viva, foi reprisada na íntegra na faixa das 14h30 entre 26 de janeiro e 21 de agosto de 2015, sucedendo A Viagem e antecedendo Cambalacho. Em 18 de julho de 2022, foi disponibilizada na íntegra pelo Globoplay.

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