Ratinho Livre foi um programa de auditório noturno da Record, exibido entre 1997 e 1998. Apresentado por Ratinho, foi substituído por Leão Livre.
Histórico e Produção[]
Em 1997, a Record contratou Carlos Massa, o Ratinho, que fazia sucesso na CNT apresentando o jornalístico 190 Urgente. Estreou em 22 de setembro de 1997, indo ao ar ao vivo de segunda a sexta, das 20h à 0h, após o Jornal da Record.
O formato da atração era popularesco, explorava o noticiário policial, casos e acontecimentos bizarros e violentos e momentos de humor chulo. Pessoas anônimas participavam da atração para conseguir algum tipo de ajuda, mostrar seus dramas da vida, ou resolver algum empecilho com outras pessoas. O que, no caso deste último, quase sempre resultava em agressões físicas no palco. Ratinho surgia no programa munido de um cassetete e costumava fazer comentários ásperos. Não raramente, ele quebrava itens do cenário como mesas e monitores.
O elenco contava com o locutor Alvino Batista Soares, o Sombra, que nunca mostrava o rosto e apenas aparecia a sua silhueta; o camundongo Xaropinho (que seria uma versão "infantil" do apresentador), um boneco manipulado por Eduardo Mascarenhas.
Considerado polêmico, colecionava críticas negativas da imprensa especializada. Por outro lado, tornou-se um grande sucesso, até um fenômeno, de audiência. Nas primeiras semanas no ar, os índices da Record no horário saltaram de 3 para 9 pontos. Após um mês no ar, alcançou o seguindo lugar, e, com o tempo, chegou até a ficar na liderança contra a Globo. Principalmente às quintas-feiras.
Quando alcançava o primeiro lugar, Ratinho costumava subir em cima de uma bancada e dançar em comemoração. O programa alcançava cerca de 15 pontos de média de audiência e, em muitos momentos, índices de mais de 30 pontos. Feito extraordinário para a Record.
Com isso, incomodada com o sucesso da atração popularesca, a Globo chegava a esticar a novela Por Amor (que passou a ter uma hora e meia de duração) para competir com o programa da Record. Porém, com a estreia da novela sucessora, Torre de Babel, a Record voltou a ganhar audiência.
O programa teve dois momentos emblemáticos. Um, foi quando mostrou uma mulher que teve o braço arrancado por um cachorro, fazendo a atração marcar 32 pontos de pico. O outro, foi quando uma mulher, no palco, contou a sua história de quando teve as orelhas cortadas e os olhos furados pelo próprio marido. Na ocasião, o programa marcou indices entre 35 e 35 pontos. Tornando-se a maior audiência da história da Record, desde que ela foi comprada por Edir Macedo em 1989.
Esse grande sucesso fazia a Record faturasse com anunciantes e patrocínios. Embora, nas primeiras semanas do programa, os grandes anunciantes se recusavam a anunciar na atração.
Em agosto de 1998, Ratinho foi contratado pelo SBT, por R$1 Milhão. O apresentador deixou a Record sem pedir demissão, motivado pelo salário considerado baixo pelos padrões televisivos da época (cerca de R$80 Mil por mês), causando discordâncias entre ele e Edir Macedo. Ratinho também levou grande parte do elenco e equipe de seu programa da Record, como o Sombra e o Xaropinho.
A saída do apresentador desagradou a Record. Que, durante o início dos intervalos comerciais do programa, após o ocorrido, veículou slides comunicando a saída de Ratinho e que ele seria processado por quebra de contrato. A atração foi ao ar pela última vez em 28 de agosto de 1998.
Após uma coletiva de imprensa apresentando Ratinho como contratado do SBT, a Record exibiu comunicados atacando o apresentador e citando a multa rescisória que não foi paga. Um destes comunicados, contou com um depoimento de Eduardo Lafón, então Diretor de Programação e Operações da Record (e que foi responsável por trazer Ratinho para a emissora), expondo a sua versão de alguns fatos ditos pelo apresentador durante a coletiva de imprensa.
Em 31 de agosto de 1998, o programa foi substituído pelo Leão Livre. Apresentado por Gilberto Barros, o "Leão Livre", que até então apresentava o Disque Record. Posteriormente, em 8 de setembro de 1998, o SBT estreou o Programa do Ratinho, que em seu início, marcou médias de audiência por volta dos 14 pontos. A Globo só retomou a liderança de audiência isolada no horário, sem ser ameaçada, por volta de 1999.