Roberto Marinho (1904-2003) foi um empresário e jornalista. Proprietário do Grupo Globo e fundador da TV Globo, foi considerado um dos homens mais poderosos e influentes no Brasil, no século XX.
Trajetória
Roberto Pisani Marinho nasceu em 3 de dezembro de 1904, no Rio de Janeiro. Filho de Irineu Marinho, jornalista que fundou, em 1911, o jornal "A Noite", e em 1925, o jornal O Globo. Começou carreira profissional aos 20 anos de idade, como repórter e secretário particular do próprio pai em O Globo. Porém, um mês após o lançamento do jornal, o mesmo foi herdado por Roberto, após a morte de Irineu.
Em 1931, tornou-se editor-chefe de O Globo. Enquanto esteve no cargo, manteve uma relação muito próxima com o presidente Getúlio Vargas, utilizando seu jornal para defender atos do governo. Tornando-se opositor dele tempos mais tarde. A partir dos anos 1940, começou a expandir suas empresas de comunicação, dando início ao seu conglomerado de mídia, as Organizações Globo (atual Grupo Globo). Fundando a Rádio Globo, em 1944, e a Rio Gráfica Editora (atual Editora Globo), em 1952.
Em abril de 1965, inaugurou a TV Globo. Emissora que cinco anos mais tarde se tornou lider em audiência absoluta no Brasil e a maior rede de televisão do Brasil, consolidando uma hegemonia. Nos anos seguintes, passou a expandir e diversificar seus negócios, investindo em centros comerciais, entre outros. Com o tempo e o grande sucesso de suas empresas, seu conglomerado tornou-se o maior império de comunicação do Brasil, e um dos maiores do planeta.
Fundou ainda, a gravadora Som Livre em 1969, a Fundação Roberto Marinho em 1977, a programadora Globosat (atual Canais Globo) em 1991, o complexo de estúdios Projac (atual Estúdios Globo) em 1995, e o portal Globo.com em 2000.
O poder e a grande influencia que seu conglomerado de mídia manteve no Brasil e no governo, principalmente a TV Globo, gerou muitas criticas ao empresário vindas de políticos e opositores. Uma das críticas mais conhecidas foi o documentário britânico "Beyond Citzen Kane" ("Muito Além do Cidadão Kane", feito pela Channel 4, e que abordou o vínculo do empresário e da emissora com o regime militar na época em que a Globo foi inaugurada. O apoio ao golpe de 1964 foi reconhecido pelo jornal O Globo em 2013, no qual considerou o apoio um erro.
Foi nomeado chanceler durante o governo de Juscelino Kubitschek e grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito. Foi nomeado delegado do Brasil na comissão dedicada aos direitos humanos da VII Assembleia Geral da ONU, em 1952. Recebeu um Emmy em 1983, como "Personalidade do Ano em Televisão".
A partir do final dos anos 1990, afastou-se gradativamente dos negócios por conta de sua saúde debilitada, deixando-os sob o comando de seus três filhos. Faleceu em 6 de agosto de 2003, aos 98 anos, após uma cirurgia para tratar um edema pulmonar.
Teve quatro filhos: Roberto Irineu Marinho (nascido em 1947, atual presidente do Grupo Globo), Paulo Roberto Marinho (nascido em 1950 e falecido em 1970), João Roberto Marinho (nascido em 1952) e José Roberto Marinho (nascido em 1955). Frutos de seu primeiro casamento com Stella Goulart Marinho (falecida em 1995), entre 1946 e 1971). Entre 1971 e 1991, foi casado com Ruth Albuquerque. Em 1991, casou-se com Lily de Carvalho Marinho (falecida em 2011), com quem viveu até o fim da vida.