Sétimo Sentido foi a 28ª novela das 20h da Globo. Escrita por Janete Clair, com colaboração de Silvio de Abreu, direção de Roberto Talma, Jorge Fernando e Guel Arraes, e direção geral de Roberto Talma. Exibida entre 29 de março e 8 de outubro de 1982, em 167 capítulos, sucedendo Brilhante e antecedendo Sol de Verão.
Com Regina Duarte, Carlos Alberto Riccelli, Natália do Vale, Cláudio Cavalcanti, Tamara Taxman, Beth Goulart, Eva Todor e Francisco Cuoco nos papéis principais.
Enredo[]
Luana Camará (Regina Duarte) é uma marroquina de pais brasileiros que deixaram o país de origem por exílio político. Ela retorna ao Brasil para reaver o patrimônio de sua família que foi roubado no passado pela família Rivoredo. Ela tem dons paranormais, tendo visões e, em alguns momentos tem seu corpo tomado pelo espírito de Priscila Capricce. Uma atriz italiana que é o oposto de Luana: extrovertida e sedutora.
Apaixonada por Rudi (Carlos Alberto Riccelli), filho do patriarca dos Rivoredo, Luana tem um relacionamento conturbado por ele ser casado com a possessiva Helenice (Beth Goulart). Desiludida, ela volta para o Marrocos, mas retorna ao Brasil em seguida, transformada em Priscila, cujo objetivo é encontrar sua filha desaparecida e cobrar uma promessa feita em uma encarnação passada dela e de Luana.
Priscila, no corpo de Luana, seduz Tião Bento (Francisco Cuoco) e se casa com ele. Tião é um sedutor de caráter duvidoso, que foi o mentor do roubo aos Camará e ambiciona o comando das empresas dos Rivoredo. Mas enfrenta a oposição da honesta presidente das indústrias, Sandra (Natália do Vale), a mais velha dos herdeiros. Quando Luana retoma seu corpo, ela luta para reaver os seus bens, contando com a ajuda de Danilo (Cláudio Cavalcanti), que consegue os documentos que comprovam o patrimônio dos Camará. Tião Bento não entende as mudanças de comportamento da esposa, e quando descobre tudo, passa a se aliar a Luana, demonstrando que sempre a amou.
Elenco[]
Intérprete | Personagem |
---|---|
Regina Duarte | Luana Camará |
Priscilla Capricce | |
Francisco Cuoco | Sebastião Bento (Tião Bento) |
Carlos Alberto Riccelli | Rodolfo Bergman Rivoredo (Rudy) |
Natália do Vale | Sandra Bergman Rivoredo |
Cláudio Cavalcanti | Danilo Mendes |
Eva Todor | Maria Santa Bergman Rivoredo (Santinha Rivoredo) |
Armando Bógus | Valério Ribeiro (Vavá) |
Fernando Torres | Harold Bergman |
Otávio Augusto | Jorge Palmeira |
Tamara Taxman | Gisela Rezende (Gisa) |
Adriano Reys | Jean-Piérre Renard |
Myriam Pérsia | Mapy Hilder |
Beth Goulart | Helenice Ramalho de Mello |
Edney Giovenazzi | Horácio Sampaio |
Sônia Clara | Diana Bergman |
Fernando Eiras | Henrique Bergman |
Neuza Caribé | Uiara Mendes |
Paulo Guarnieri | Antônio Bergman Rivoredo (Tony) |
Patrícia Phebo | Cristina Hilder |
Miriam Pires | Carolina |
Sebastião Vasconcellos | Elísio Mendes |
Nicette Bruno | Sara Mendes |
Lisa Vieira | Érika Rezende |
Edwin Luisi | Rubens |
Tânia Boscoli | Alba Rezende |
Ênio Santos | Tomás Rezende |
Heloísa Helena | Augusta |
Jacqueline Laurence | Célia |
Reinaldo Gonzaga | Gilson Pratini |
Jacyra Silva | Pérola Sales |
Jonas Bloch | Jaime |
Ruth de Souza | Jerusa |
Lajar Muzuris | Domingos |
Cássia Foureaux | Ângela |
Irma Alvarez | Vanda |
Terezinha Sodré | Rita |
Nilson Acioly | Kico |
Maralise | Arminda |
Lícia Magna | Olga |
Paulo Vignolo | Luiz |
Participações especiais[]
Intérprete | Personagem |
---|---|
Carlos Kroeber | Antônio Rivoredo |
Maria Della Costa | Juliana |
Stepan Nercessian | Belarmino |
José Maria Monteiro | Aldo Taglianetti |
Yolanda Cardoso | Carla Taglianetti |
David Pinheiro | Padre Gustavo |
Izabella Bicalho | Cila |
Monique Alves | Rosinha |
Alessandra de Melo | Luana (criança) |
Produção[]
Última novela de Janete Clair às 20h e penúltima obra escrita por ela. A autora faleceu 16 de novembro de 1983, enquanto era exibida Eu Prometo às 22h. Na trama das oito, a novelista abordou dois elementos comuns em algumas de suas obras: a paranormalidade e os personagens idênticos na aparência, mas distinto em personalidades. Enquanto as tramas anteriores abordaram irmãos gêmeos, sósias e personagens de multipla personalidade, esta abordou uma personagem falecida (Priscila Capricce) cujo espirito incorporava o corpo de outra (Luana Camará). Teve "A Sensitiva" como título provisório.
Foram gravadas cenas em Casablanca, no Marrocos, em lugarejos próximos. Por conta de uma lei do país que proibia a gravação de imagens em lugares públicos. A equipe de caracterização cuidou dos figurinos e da maquiagem para evidenciar as personalidades distintas de Luana e Priscila.
A novela sofreu com cortes da Censura Federal, que barrou cenas de beijos entre Luana (Regina Duarte) e Rudi (Carlos Alberto Riccelli) por ele ser casado. Fazendo com que o público reclamasse da falta de sensualidade do casal. Janete Clair reclamou sobre os cortes fazerem a trama perder o sentido. Com audiência mediana no início, a recepção do público melhorou a partir da segunda metade da trama com a chegada de Priscila Capricce.
A trama foi criticada por especialistas e estudiosos em Espiritismo pelo fato da possessão de um espírito como era mostrada na ficção era irreal. O capítulo 148, exibido em 16 de setembro de 1982, revelou a ligação entre Luana Camará e Priscila Capricce, através de um momento de regressão espiritual. Em uma vida passada, as duas eram irmãs gêmeas: Luana era Luciana e Priscila era Maria Pia. Quando Maria Pia salvou a vida de Luciana, esta criou uma divida de gratidão que seria resolvida no presente.
Faltando quarenta capítulos para gravar a novela, Janete Clair precisou se afastar da escrita para ser operada de uma doença. Em segredo, a Globo chamou Silvio de Abreu para escrever alguns capítulos, sem que público e imprensa soubesse. Cada capítulo que Silvio escrevia era enviado a Janete, que fazia suas devidas correções e enviava para a Globo. Como forma de gratidão, Janete chamou Silvio para que os dois escrevessem o último capítulo juntos.
O último capítulo se encerrou com uma frase escrita por Janete Clair: “Eu gostaria que o ser humano acreditasse que existe uma força capaz de mudar sua vida. É bom confiar em si mesmo e esperar um novo amanhecer”. Texto que também foi reproduzido em Eu Prometo, última novela da autora.
Novela que marcou a estreia de Nicette Bruno na Globo