Sem Lenço, Sem Documento foi a 20ª novela das 19h da Globo. Escrita por Mário Prata, com direção de Régis Cardoso e Dennis Carvalho, e direção geral de Dennis Carvalho. Exibida entre 13 de setembro de 1977 e 4 de março de 1978, sucedendo Locomotivas e antecedendo Te Contei?.
Com Bruna Lombardi, Ana Helena Berenger, Ney Latorraca, Ricardo Blat, Ivan Setta, Jonas Bloch, Ana Braga, Isabel Ribeiro, Arlete Salles e Ilva Niño nos papéis principais.
Enredo[]
A pernambucana Rosário (Ana Braga) deixa Olinda após seu namorado Zé Luís (Ricardo Blat) espalhar um boato na cidade de que ela estava grávida. Partindo para o Rio de Janeiro, onde suas três irmãs trabalham como empregadas domésticas, ela passa a trabalhar na casa das irmãs modelos Carla (Bruna Lombardi) e Berta (Ana Helena Berenger). E Zé Luís, arrependido pelo que fez, reencontra Rosário no Rio para se reconciliar. E ela ainda é apaixonada por ele.
Carla é uma escritora feminista, sem preconceitos. Namora Bilé (Ivan Setta), um escritor com problemas financeiros, e conhece Marco (Ney Latorraca), um publicitário azarado, por quem se apaixona. Berta é ingênua e sonha com o sucesso e namora Jacques (Jonas Bloch), diretor de redação de uma agência de publicidade. Em determinado momento, Marco fica dividido entre o amor de Carla e Berta.
Elenco[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Bruna Lombardi | Carla |
| Ney Latorraca | Marco |
| Ivan Setta | Bilé |
| Ana Braga | Maria do Rosário (Rosário) |
| Ana Helena Berenger | Berta |
| Ricardo Blat | Zé Luís |
| Isabel Ribeiro | Maria das Graças (Das Graças) |
| Arlete Salles | Maria das Dores (Dorzinha) |
| Ilva Niño | Maricota (Cotinha) |
| Armando Bógus | Dr. Henrique Prazeres |
| Jaime Barcellos | Heleno Duran |
| Marilu Bueno | Gina Duran |
| Dary Reis | Olavo |
| Jonas Bloch | Jacques |
| Cidinha Milan | Yara |
| Kléber Macedo | Orozimba Sodré |
| Lutero Luiz | Cláudio |
| Sebastião Vasconcellos | Nilo Sodré |
| Joana Fomm | Hilda Sodré |
| Luiz Orioni | Juvenal |
| Irma Alvarez | Mabel |
| Christiane Torloni | Lívia Duran |
| Marcelo Picchi | Dinho |
| Sônia de Paula | Zita |
| Tião D'Ávila | Patrício |
| Antônio Pedro | Victor |
| Gracinda Freire | Dirce |
| Milton Gonçalves | Tibúrcio |
| Celeste Aída | Eufrásia Sodré |
| Antônio Victor | Adamastor Sodré |
| Cléa Simões | Berenice |
| Ricardo Petraglia | Evandro Sodré |
| Tony Ferreira | Dr. Gouveia |
| Margarida Rey | Margarete (Margot) |
| José de Arimathéa | Pérsio Galvão |
| Fábio Mássimo | Fernando Sodré (Nando) |
| Myrian Rios | Márcia |
Participações[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Augusta Moreira | Tia Filó |
| Catita Soares | Carminha |
| Gilberto Nakamo | Dr. Nakamura |
| Marta Anderson | Marta |
| Mário Petraglia | Silvério |
| Rosani Maia | Cleonice |
| Veluma | Ela mesma |
Produção[]
Marcou a estreia da modelo Bruna Lombardi como atriz, grande símbolo sexual dos anos 1970. Também foi o primeiro trabalho de Dennis Carvalho como diretor.
Destacando a vida das empregadas domésticas em sua trama, Mário Prata pretendia abordar o desemprego, a crise financeira e a luta pela sobrevivência. Sem personagens principais definidos, mas com perfis e tramas que se revelariam com o desenrolar dos capítulos. A proposta não foi bem recebida pelo público, resultando em baixa audiência. Por isso, ocorreu uma passagem de seis meses na história para simplificá-la e diminuir as tramas paralelas. O que não funcionou.
A revista Veja, pouco tempo após a trama ter estreado, noticiou que a Globo recebeu vários telefonemas de donas de casa reclamando do destaque dado às empregadas domésticas, algo que elas achavam "perigosos". Um abaixo-assinado feito por moradores de Olinda foi entregue à Mário Prata demonstrando a indignação sobre como a cidade e sua população eram retratadas na trama. Segundo os moradores, o lugar era tratado como subdesenvolvido e que só servissem para que pessoas viessem para o sul do país para trabalharem de domésticos. Em resposta, o autor considerou como um "protesto cego e orgulhoso" contra a tentativa de mostrar a realidade de milhões de brasileiros.
A censura federal realizou severos vetos, em cenas inteiras e até na menção à existência de censura. Isso causou diminuição no tempo de arte, alguns capítulos tinham apenas 15 minutos de duração pois não havia tempo para regravações.
Milton Gonçalves chegou a gravar cenas interpretando Pérsio, mas deixou o elenco quando foi remanejado para O Pulo do Gato. Uma ação de merchandising mesclou ficção e vida real: a empresa publicitária do de Heleno (Jaime Barcelos) produziu um comercial para uma bicicleta da Caloi. Quando foi finalizada, foi exibida no intervalo do Jornal Nacional em 15 de novembro de 1977.
As fotos da abertura, que apareciam como quadrinhos de fotonovela, foram fotografados por Ítalo Sani. Estrelada pela modelo Silvana e o ator neerlandês Roberto Vander, serviu de inspiração para uma revista de fotonovela especial contando uma história protagonizada pelos dois e que também apareciam Ney Latorraca e Irma Alvarez, atores da novela. A abertura também inseriu um merchandising da Coca-Cola no momento em que a música cita a marca.
Em 16 de setembro de 2024, foram disponibilizados 6 capítulos da novela do Globoplay através do "Projeto Fragmentos". Os únicos capítulos preservados pelo acervo da Globo. São estes: 1, 2, 74, 75, 148 e 149.