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Velho Chico foi a 84ª novela das 21h da Globo. De Benedito Ruy Barbosa, escrito por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, direção de Carlos Araújo, Gustavo Fernandez, Antônio Karnewale e Philipe Barcinski, sob direção geral de Luiz Fernando Carvalho. No ar entre 14 de Março e 30 de Setembro de 2016, substituindo A Regra do Jogo, e sendo substituída por A Lei do Amor.

Com Antônio Fagundes, Camila Pitanga, Christiane Torloni, Marcelo Serrado, Marcos Palmeira, Domingos Montagner, Dira Paes, Gabriel Leone e Rodrigo Santoro nos papéis principais.

Enredo[]

A trama se inicia no final dos anos 1960, na fictícia Grotas de São Francisco, e se estende até os dias de hoje. O velho Coronel Jacinto (Tarcísio Meira), é o patriarca, rico e ignorante, dono de quase tudo na cidade, comandando há muitas décadas a política e a economia local. Nem por isso ele deixa de cobiçar um pequeno, mas rico e fértil pedaço de terra de uma família vizinha, a fazenda Piatã, do Capitão Rosa (Rodrigo Lombardi).Uma disputa que acaba gerando uma guerra que atravessa gerações.

Jacinto é casado com Encarnação (Selma Egrei), a matriarca da família. Uma mulher amargurada que ainda sofre com a morte do primogênito, que foi tragado pelas águas do Rio São Francisco em um dia de travessia perigosa. O único herdeiro do casal é Afrânio de Sá Ribeiro (Rodrigo Santoro/Antônio Fagundes), amado pelo pai mas desprezado pela mãe. Foi estudar em Salvador e formou-se em Direito, mas vive às custas do dinheiro do pai.

O jovem é apaixonado por Iolanda (Carol Castro/Christiane Torloni), cantora dos bares de Salvador. Uma mulher à frente de seu tempo. Os dois vivem um forte caso de amor. Porém, com a morte de seu pai, Afrânio escolhe desistir de seus sonhos para assumir o lugar dele, se transformando no Coronel Suarê.

A mando da mãe, ele faz o percurso de reconhecimento dos parceiros de seu pai por toda a região nordestina. E, em uma dessas fazendas, o desejo lhe cega. Afrânio não resiste aos encantos de Leonor (Marina Nery), filha de Aracaçú (Carlos Betão), e se envolve com ele. O que fez com que ele fosse obrigado a casar com ela, ou morreria.

A partir daí, Leonor passa a viver na fazenda da matriarca Encarnação, que a trata como uma qualquer. Desse casamento, nasce Maria Tereza (Isabella Aguiar/Camila Pitanga) e faz Encarnação espalhar para todos que nem para dar um filho homem, Leonor Servia.

Do outro lado, há os Rosa. O Capitão Ernesto (Rodrigo Lombardi) é um homem de conduta honrosa, justa e com ideais humanistas. Casado com Eulália (Fabíula Nascimento) mas não tem filhos. Ele adota Luzia (Carla Fabiana/Larissa Góes/Lucy Alves), uma menina que foi abandonada em suas terras, encontrada em meio à plantação de algodão. No mesmo momento, também acolhem Belmiro (Chico Diaz) e Piedade (Cyria Coentro), um casal retirante que chega em Grotas com o filho, Santo (Rogerinho Costa/Renato Góes/Domingos Montagner). As duas crianças, Santo e Luzia, crescem juntas, como irmãos, mas nutrem uma paixão um pelo outro.

É numa procissão de São Francisco de Assis, sob as águas do Velho Chico, que os caminhos de Santo e Maria Tereza se cruzam. Mas o amor do filho do retirante com a filha do Coronel é descoberto, e Maria Tereza é mandada para um internato em Salvador. Com o passar dos dias, apesar das várias cartas escritas por Maria Tereza, Santo não fica sabendo que teve um filho com seu grande amor. As cartas foram interceptadas por sua irmã Luzia, hoje apaixonada por Santo.

Do proibido entre Santo e Maria Tereza nasce Miguel (Gabriel Leone). Mas também mata Belmiro, pai de Santo, assassinado por Cícero (Pablo Morais), empregado do coronel Afrânio. A gravidez de Maria Tereza é descoberta, e seu pai a resgata do convento e ela volta para a fazenda da família. Ela acaba se casando com o jovem Deputado Carlos Eduardo, embora esperando um dia reencontrar seu grande amor para viverem felizes.[1]

Elenco[]

Ator/Atriz Personagem
Rodrigo Santoro Afrânio
Antônio Fagundes
Carol Castro Iolanda
Christiane Torloni
Camila Pitanga Maria Tereza
Julia Dalavia
Isabella Aguiar
Domingos Montagner Santo
Renato Góes
Rogerinho Costa
Marcos Palmeira Cícero
Pablo Morais
Lucca Fontoura
Tarcísio Meira Coronel Jacinto
Marcelo Serrado Carlos Eduardo
Rafael Vitti
Rodrigo Lombardi Capitão Ernesto Rosa
Selma Egrei Encarnação
Fabiula Nascimento Eulália
Chico Díaz Belmiro
Cyria Coentro Piedade
Zezita de Matos
Lucy Alves Luzia
Larissa Góes
Carla Fabiana
Marina Nery Leonor
Dira Paes Beatriz
Irandhir Santos Bento
Diyo Coelho
Vitor Aleixo
Barbara Reis Doninha
Suely Bispo
Julio Machado Clemente
Umberto Magnani Padre Romão
Leopoldo Pacheco Dr. Emilio
Gabriel Leone Miguel
Carlos Betão Aracaçu
Giullia Buscacio Olívia
Mariene de Castro Dalva
Lucas Veloso Lucas
Maciel Melo Egídio
Gésio Amadeu Chico Criatura
Chico de Assis Coronel Salgado
Batoré Delegado
Lee Taylor Martin

Produção[]

O sertão nordestino foi o cenário principal para o início das gravações da novela. Nos primeiros dias de Janeiro foram gravadas as primeiras cenas com os atores Chico Diaz e Cyria Coentro em Olho D'Água do Casado, no interior do Alagoas. Em seguida, parte da equipe viajou para Baraúna, Rio Grande do Norte, onde Rodrigo Santoro fez suas primeiras cenas, e também os atores, Marina Nery, Rodrigo Lombardi, Fabíula Nascimento e Carlos Betão.

Dez caminhões saíram do Rio de Janeiro rumo ao Nordeste. Cheio de itens de vestuário, acessórios e cenografia. Só de figurino, foram três toneladas, divididos em três caminhões, sendo que uma parte foi despachada por caminhão.

As gravações reuniram uma equipe de trabalho de 120 pessoas. Movimentando as cidades por onde passava, a produção contratou mão de obra local como serralheiros, artesãos, pescadores, barqueiros, entre outros. Só para selecionar as participações especiais dos capítulos iniciais foram realizados mais de 400 testes nas locações fora do Rio de Janeiro, totalizando a escalação de 70 atores. E cerca de 70% do elenco principal também é do Nordeste.

O figurino foi criado respeitando um processo artesanal, em que as roupas passam por um processo de descoloração do tecido e tingimento para chegar na cor definida. E depois com técnicas de envelhecimento natural com exposição ao sol, aplicação de cera, desgaste com lixas, pedras e a até própria terra do sertão A equipe também foi atrás de moradores da região para proporem trocas de roupas com eles. Eles ofereciam roupas novas em troca de usadas, além de comprar outras.

A novela marcou o retorno do ator Rodrigo Santoro às novelas brasileiras, após anos fazendo carreira internacional no cinema. Letícia Sabatella havia acertado de interpretar Maria Tereza, mas devido a compromissos com o teatro e cinema, Camila Pitanga assumiu o papel.

Mudanças na produção[]

Em abril de 2016, o Ricardo Feltrin do UOL publicou que Benedito Ruy Barbosa estaria tendo atritos com o diretor Luiz Fernando Carvalho por estar editando a novela conforme seu gosto, desagradando o autor. O jornalista também relatou que a novela estaria com atrasos nas gravações e com poucos capítulos prontos. A Central Globo de Comunicação (CGCom) negou as afirmações, afirmando que todas as novelas tem suas produções complexas.

No mesmo mês, Edmara Barbosa deixou de escrever a trama por divergências com o pai. Após escrever e entregar 50 capítulos, Ruy Barbosa e Bruno Luperi assumiram a obra. E com isso, diversas mudanças foram feitas com o tempo na trama para deixá-la com um estilo menos poético e mais de folhetim. Devido a certa rejeição do público por conta da narrativa utilizada na segunda fase.

Em entrevista ao jornalista Mauricio Stycer, do UOL, Benedito afirmou que solicitou uma condição ao diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, para escrever a trama: que Silvio de Abreu, então diretor de dramaturgia do canal, não interferisse ou desse sugestões na trama. Isso porque tempos atrás, Silvio rejeitou uma sinopse de novela de Benedito, devido à uma temática nazista.

Recepção e Repercussão[]

Velho Chico estreou sob grande expectativa. O retorno de Benedito Ruy Barbosa ao horário das oito/nove após mais de dez anos escrevendo para o horário das 18h (sendo o último trabalho para as oito o fracasso Esperança) era muito bem aguardado. Principalmente pelo fato de se tratar de uma novela de cenário ruralista em que se passava fora do eixo Rio-São Paulo. Parte do público estava cansado do excesso de realidade, urbanismo e violência que caracterizaram as últimas novelas do horário. E pelo fato das produções recentes terem quase sempre como cenário uma favela (tal como as duas antecessoras A Regra do Jogo e Babilônia, além da novela das 19h I Love Paraisópolis).

A novela inicialmente estava cotada para o horário das 18h, mas a Globo decidiu remanejá-la para as 21h. Devido ao grande sucesso que a reprise de O Rei do Gado fazia no Vale a Pena Ver de Novo.

Falecimentos durante a Trama[]

Velho Chico ficou marcada por duas tristes perdas no elenco.

O ator Umberto Magnani, que interpretava o padre Romão, sofreu um acidente vascular encefálico (AVE) enquanto se preparava para gravar a trama na tarde de 25 de abril, nos Estúdios Globo. Ele foi internado no Hospital Vitória em coma profundo. Por conta da importância de seu personagem na história, diversas cenas foram reescritas, e Magnani foi substituído por Carlos Vereza, que passou a interpretar o padre Benício. Umberto faleceu dois dias depois.

Mas o falecimento que mais causou comoção nacional foi a de Domingos Montagner, interprete do protagonista Santo. Faltando apenas duas semanas para o capítulo final, em 15 de setembro, durante o intervalo das gravações, Montagner foi nadar no São Francisco com Camila Pitanga e acabou sendo arrastado por uma forte correnteza. Marcelo Serrado, que havia finalizado uma cena na região de Alagoas, ajudou nas buscas. Enquanto Montagner estava desaparecido, a direção da Globo solicitou que as gravações (que iriam até o dia 18 de setembro) fossem paralisadas. O ator foi encontrado quatro horas depois, sem vida. Com a confirmação da morte do ator, a equipe técnica e o elenco que estavam gravando no Nordeste foram chamados para retornar ao Rio de Janeiro.

Com a suspensão das gravações, havia uma frente de somente cinco capítulos, e já no mesmo dia, havia uma indefinição se a trama permaneceria no ar, se o final seria adiantado, ou simplesmente cancelada. O capítulo 167 foi levado ao ar, sem exibir cenas com o personagem Santo (algo que já estava definido), e os créditos finais foram exibidos em silêncio. No capítulo de 24 de Setembro, foram ao ar as últimas cenas do ator. No final da exibição, uma singela homenagem à ele e ao seu trabalho foram exibidas.

Para as cenas do casamento entre o personagem dele e Tereza (Camila Pitanga), uma câmera fez as vezes de Santo, mostrando as cenas sob o olhar dele, enquanto os atores olhavam e interagiam para a câmera como se fosse o personagem, áudios de arquivo do ator serviram para complementar uma sequência. O mesmo aconteceu no último capítulo, em uma interação entre Santo e Miguel (Gabriel Leone). Domingos Montagner apareceu na cena final, em um barco, retirada de uma cena de arquivo.

Polêmicas[]

Antes da novela estrear, o autor Benedito Ruy Barbosa se envolveu em uma polêmica. Durante a coletiva de imprensa da novela, o autor declarou que "odeia história de bicha" e que não saberia explicar tais cenas para seus netos, sendo que seus filhos tornaram-se "machos pra cacete". Fazendo referência ao destaque que as novelas das 21h vinham dando à personagens e histórias envolvendo homossexuais. A declaração surtiu um forte efeito negativo. Nas redes sociais, muitos o acusaram de ser homofóbico. E Globo emitiu um comunicado à imprensa dizendo que a declaração de Benedito não refletia a politica da empresa.

Outro fato que aconteceu, foi que em um dos capítulos Chico Criatura (Gésio Amadeu) iria citar um amigo distante: "o coronel Milton Neves". Benedito Ruy Barbosa sempre fazia isso para homenagear o amigo, devido ao apoio do jornalista em conseguir locações em fazendas de café para cenas de O Rei do Gado. Porém, a cena foi cortada na edição. Assim como aconteceu na reprise de O Rei do Gado em 2015. Milton Neves acusou a emissora de vetá-lo e a Globo negou. Afirmando que isso fazia parte dos cortes corriqueiros para adequar o capítulo ao tempo de duração.

Audiencia[]

SEMANA SEG TER QUA QUI SEX SÁB MÉDIA SEMANAL
14/03 a 19/03/2016 35 34 30 30 29 26 30,7 Pontos
21/03 a 26/03/2016 31 29 27 27 28 25 27,8 Pontos
28/03 a 02/04/2016 32 29 27 33 30 27 29,7 Pontos
04/04 a 09/04/2016 30 30 25 30 27 25 27,8 Pontos
11/04 a 16/04/2016 32 30 28 30 27 25 28,7 Pontos
18/04 a 23/04/2016 30 29 24 25 26 23 26,2 Pontos
25/04 a 30/04/2016 28 29 27 27 27 26 27,3 Pontos
02/05 a 07/05/2016 30 30 27 31 27 24 28,2 Pontos
09/05 a 14/05/2016 29 28 28 29 27 25 27,8 Pontos
16/05 a 21/05/2016 28 29 27 29 28 26 27,8 Pontos
23/05 a 28/05/2016 30 30 24 28 27 26 27,5 Pontos
30/05 a 04/06/2016 29 25 24 29 28 27 27,0 Pontos
06/06 a 11/06/2016 26 28 24 28 28 26 26,7 Pontos
13/06 a 18/06/2016 26 27 24 27 27 27 26,3 Pontos
20/06 a 25/06/2016 30 28 24 29 28 29 27,5 Pontos
27/06 a 02/07/2016 30 30 27 29 26 25 27,8 Pontos
04/07 a 09/07/2016 29 29 29 31 28 26 28,7 Pontos
11/07 a 16/07/2016 31 30 27 29 27 26 28,3 Pontos
18/07 a 23/07/2016 31 32 28 30 30 27 29,7 Pontos
25/07 a 30/07/2016 32 31 29 32 31 26 30,2 Pontos
01/08 a 06/08/2016 32 31 29 31 26 29,8 Pontos
08/08 a 13/08/2016 32 32 33 35 34 30 32,7 Pontos
15/08 a 20/08/2016 33 33 32 34 30 30 32,0 Pontos
22/08 a 27/08/2016 35 34 29 34 31 26 31,5 Pontos
29/08 a 03/09/2016 33 33 29 33 29 29 31,0 Pontos
05/09 a 10/09/2016 32 27 27 32 30 28 29,3 Pontos
12/09 a 17/09/2016 31 30 29 35 32 29 31,0 Pontos
19/09 a 24/09/2016 33 31 28 32 30 29 30,5 Pontos
26/09 a 01/10/2016 34 33 31 35 35 26 32,3 Pontos
Média Geral 29,2 Pontos

Referências []

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