Vira Lata foi a 54ª novela das 19h da Globo. Escrita por Carlos Lombardi, com colaboração de Vinícius Vianna e Maurício Arruda. Direção de Rogério Gomes, Marcelo Travesso e Alexandre Boury. e direção geral e núcleo de Jorge Fernando. Exibida entre 1º de abril e 27 de setembro de 1996, em 155 capítulos, sucedendo Cara & Coroa e antecedendo Salsa e Merengue.
Com Andréa Beltrão, Murilo Benício, Humberto Martins, Marcello Novaes, Carolina Dieckmann, Vanessa Lóes, Luciano Vianna, Mário Gomes, Susana Vieira e Glória Menezes nos papéis principais.
Enredo[]
Helena (Andréa Beltrão) é confrontada por seu marido, o promotor público Bráulio Vianna (Murilo Benício), que descobriu que ela escondia que seu pai era um estelionatário procurado pela polícia. Ela teria que escolher: ou seu pai, ou suas filhas. Para refletir sobre o assunto, Helena viaja para Florianópolis, onde conhece o encrenqueiro Lenin (Humberto Martins), por quem se apaixona. Ao saber que seu pai foi traído pelo cunhnado, ela decide fugir com ele para ajudá-lo.
Lenin Wanderpetroviktz tem dois irmãos: o artista plástico Fidel (Marcello Novaes) e o caçula Mussolini (Luciano Vianna). Fidel está dividido entre o amor por Renata (Carolina Dieckmann) e a paixão por Pietra (Vanessa Lóes), mulher maquiavélica que seduz ele e Lenin. Ela aproveita que Mussoline nutre uma paixão secreta por Renata e faz com que ele a ajude a armar situações de conflito entre Fidel e Renata.
Em determinado momento, Lenin tenta livrar Fidel da cadeia, após metê-lo em uma enrascada. Para piorar, reaparece Laura (Susana Vieira), mãe dos irmãos Wanderpetroviktz que os abandonou e deseja se apoderar da herança da família. E ainda há outro estigma na vida dos três rapazes: um deles deverá morrer de uma doença congênita.
Elenco[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Humberto Martins | Lênin Botelho Wanderpetrokovitz |
| Andréa Beltrão | Maria Helena Moreyra Vianna (Helena / Lê) |
| Carolina Dieckmann | Renata Evangelista Olga |
| Murilo Benício | Bráulio Vianna / Dráuzio |
| Betty Lago | Valquíria Voss |
| Marcello Novaes | Fidel Botelho Wanderpetrokovtz (Del) |
| Glória Menezes | Stella Beatriz Gouveia Visconti |
| Vanessa Lóes | Pietra Visconti Olga |
| Cláudio Marzo | Lupércio Botelho Wanderpetrokovtz |
| Mário Gomes | Ângelo Visconti |
| Susana Vieira | Laura Gouveia |
| Deborah Secco | Bárbara Botelho Wanderpetrokovitz (Tatu) |
| Patrycia Travassos | Penélope Rocha |
| Cinira Camargo | Dra. Antígone da Silva |
| Maria Zilda | Cassandra Moreira Batalha |
| Rômulo Arantes | Ítalo Batalha |
| Luciano Vianna | Mussolini Botelho Wanderpetrokovtz (Mu) |
| Ary Fontoura | Aurélio Wanderpetrokovitz |
| Nair Bello | Antonieta Botelho Biscaia (Tônia) |
| Jorge Dória | Aderbal Pinto Moreyra (Moreyra) |
| Felipe Martins | Esmeraldo Gigante |
| Roberto Bataglin | Aquiles Moreyra |
| Kadu Moliterno | Romeu Buonaventura |
| Mário Cardoso | Brochado Brochado |
| Ivone Hoffman | Aliança Bauen |
| Luana Piovani | Wânia |
| Tuca Andrada | Tadeu Evangelista Olga (Toco) |
| Inês Galvão | Marylin |
| Eduardo Caldas | Toquinho |
| Duda Ribeiro | Obséquio |
| Kananda Raia | Juliana |
| Alessandra Aguiar | Geovanna |
| João Rebello | Danilo (Nilo) |
| Eri Johnson | Ralf |
| Virgínia Novick | Sílvia |
| Luiz Guilherme | Custódio |
| Cleyde Blota | Patrícia |
| Raquel Nunes | Duda |
| Catarina Abdalla | Rosa |
| Rejane Goulart | Maria Clara |
| Georgiana Góes | Celina |
| Talita Castro | Branca |
| Thalma de Freitas | Dolores |
| Mateus Carrieri | Frederico |
| Paulo Reis | Celso |
| Rosane Gofman | Odete |
| Gerson Brenner | Amadeu |
| Dalmo Cordeiro | Cosme |
| Marcelo Barros | Damião |
| Jarbas Toledo | Batman |
| Antônio Entriel | Robin |
| Lúcia Helena Canário | Joana |
| Lyla Collares | Márcia |
Participações Especiais[]
| Intérprete | Personagem |
|---|---|
| Jorge Fernando | Baba-Ovo |
| Mário Lago | Lourenço |
| Mateus Carrieri | Flávio Augusto Biscaia Botelho (Cratera) |
| Cacetada | |
| Monique Alfradique | menina que ajuda Ângelo a ver Valquíria |
| Élcio Romar | diretor do presídio |
Produção[]
Carlos Lombardi entregou a sinopse da novela em 1992, após concluir Perigosas Peruas. Entrou em produção no início de 1994, e à princípio sucederia Olho no Olho. Mas acabou sendo suspensa por problemas na pré-produção devido ao treinamento dos cães que fariam parte da história. Além disso, Andréa Beltrão e Humberto Martins estavam comprometidos com outras produções.
O projeto foi retomado após Lombardi terminar Quatro por Quatro, que devido ao seu sucesso, fez a emissora voltar a apostar na obra. O autor queria Jorge Fernando na direção, e ambos aceitaram encurtar suas férias. O diretor havia acabado de concluir os trabalhos de A Próxima Vítima.
Murilo Benício aceitou o convite para o elenco após estar comprometido para atuar em O Rei do Gado. Curiosamete, na época de exibição da novela, o Governo Federal promoveu uma campanha para o uso da camisinha, onde o preservativo era apelidado de "Bráulio". A coincidência fez com que o personagem de Benício ganhasse um "apelido" na trama.
O título da novela tinha referência aos cães que a protagonista Helena (Andréa Beltrão) adotava. Ao todo, participaram das gravações dezesseis cães, número que foi reduzido para seis posteriormente. As cenas com os animais enfretaram dificuldades para serem gravadas devido o comportamento deles em frente às câmeras. O personagem Zé foi vivido por um cão da raça sheep dog. E para lhe dar um aspecto de "vira-lata", seus pelos foram tosados de maneira irregular. Durante as gravações, o animal ainda contou com dublês, seus irmãos, e até um motorista.
Eduardo Moscovis viveria Frederico, mas deixou o elenco por problemas pessoais e por ter sido escalado por Anjo de Mim. Sendo substituído por Mateus Carrieri. Mesmo assim, curiosamente, seu nome continuou aparecendo nos créditos até o fim da novela. Já Carrieri estava presente na trama, mas vivendo outros personages, os gêmeos Cratera e Cassetada. Glória Menezes deixou a trama, por vontade própria, insatisfeita com sua personagem. Para substuí-la, Susana Vieira foi escalada para viver Laura, irmã de Stella.
A trama incomodou o público e causou polêmicas quanto a cenas envolvendo temas "pesados" para a época, a conotação erótica e exploração de corpos seminus dos atores. Além do comportamento de alguns personagens, que apresentaram má conduta, e incomodou o público. Considerando a trama apelativa. Anos depois, Carlos Lombardi declarou em entrevista que considera a obra a sua pior novela.
Em determinado momento das gravações, Andréa Beltrão precisou se afastar da trama por estar grávida. Além disso, ficou evidente o desconforto da atriz com o trabalho. O que foi confirmado por Carlos Lombardi em entrevista, onde afirmou que ela foi "chata pra caramba", faltando com empatia junto ao público, e que nunca mais trabalharia com ela.
Isso forçou o autor a fazer mudanças no enredo, principalmente envolvendo os personagens principais. Desta forma, a personagem Renata (Carolina Dieckmann) foi alçada ao posto de heroína da história. O que fez com que a aceitação do público à trama melhorasse.