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Xica da Silva foi uma novela de época da Manchete. Livremente baseada nos romance homônimo de João Felício dos Santos, e em "Chica que Manda", de Agripa Vasconcellos. Ambos inspirados na história real de Chica da Silva, que viveu no século XVII. Escrita por [{Walcyr Carrasco]], usando o pseudônimo Adamo Rangel, com colaboração de José Carvalho, direção de João Camargo e Jaques Lagoa, J. Alcântara, Lizâneas Azevedo e direção geral de Walter Avancini]]. Exibida entre 17 de setembro de 1996 e 11 de agosto de 1997, em 231 capítulos, sucedendo Tocaia Grande e antecedendo Mandacaru.

Com Taís Araújo, Victor Wagner, Drica Moraes, Carlos Alberto, Carla Cabral, Murilo Rosa, Adriane Galisteu e Zezé Motta nos papéis principais.

Enredo[]

A trama conta a saga de Xica (Taís Araújo), uma jovem bela e sensual, que viveu o século XVII em Arraial do Tijuco (que depois se tornou Diamantina) em Minas Gerais, durante o Brasil Colônia. Época em que o território grande extrator de pedras preciosas, e tinha nos diamantes uma grande fonte de renda. Xica e sua mãe, Maria (Zezé Motta), são escravas de um Contratador de Diamantes homem mais importante do Arraial.

Xica, já adulta, descobre que o Contratador é seu pai biológico. E este, com raiva, decide vender ela e sua mãe para um bordel. Ela então se vinga de seu antigo senhor roubando toda a sua fortuna de diamantes e arruinando-o. Fazendo com que o Contratador e sua esposa fossem punidos por traição pela Coroa, exilados em Portugal. A família dele vende Xica e Maria para o Sargento-Mor Thomaz Cabral (Carlos Alberto), que estupra Xica. Ela ainda sofre nas mãos da filha do Sargento-Mor, a cruel escravocrata Violante (Drica Moraes.

Tomada pela raiva, Xica conhece o novo Contratador de Diamantes, João Fernandes de Oliveira (Wictor Wagner), que estava prometido em casamento a Violante, mas se apaixona perdidamente por pela escrava e a compra. Assim, usando sua inteligência e atrevimento, Xica consegue seduzir João Fernandes, fazendo-o assumir seu relacionamento e assinar sua alforria.

Com isso, Xica passa a viver uma vida de luxo, como uma rainha, com todas as mordomias, morando em um palácio e usando as melhores roupas. Escandalizando e esnobando a sociedade de Arraial que a via como uma escrava. E se vingando de todos aqueles que lhe fizeram mal, cometendo algumas atrocidades. Ela ainda tem que lidar com Violante, que ficou inconformada por perder seu noivo para uma ex-escrava.

Elenco[]

Intérprete Personagem
Taís Araújo Xica da Silva
Victor Wagner Contratador João Fernandes de Oliveira
Drica Moraes Violante Cabral
Carla Cabral Maria das Dores Gonçalo (Das Dores)
Murilo Rosa Martim Caldeira Brant
Adriane Galisteu Clara Caldeira Brant
Carlos Alberto Sargento-Mor Thomaz Cabral
Eduardo Dussek Capitão-mor Emanuel Gonçalo
Zezé Motta Maria da Silva
Ângela Leal Carlota de Almeida, Marquesa de Mogadouro
Maurício Gonçalves Quilôa
Giovanna Antonelli Elvira
Guilherme Piva José Maria Moura (Zé Maria)
Déo Garcez Paulo
Eliana Guttman Maria do Céu Gonçalo
Teresa Sequerra Micaela Cabral
Fernando Eiras Luís Felipe Cabral
Charles Möeller Santiago Cabral
António Marques Teodoro Pereira
Lídia Franco Guiomar Pereira
Miriam Pires Bemvinda Moura
Altair Lima Jacobino
André Di Mauro Dom Duarte
Jayme Periard Félix
Anabela Teixeira Graça Pereira
Rosa Castro André Maria Joaquina Pereira
Andréa Avancini Eugênia
Leci Brandão Severina
Matheus Petinatti Xavier Cabral
Rita Ribeiro Davis Úrsula
Maria Clara Mattos Paulina Caldeira Brant
Alexandre Lippiani Padre Eurico
José Steinberg Padre Aguiar
Gonçalo Diniz Dragão Macário
Fernando Vieira Dragão Bonifácio
Maria Alves Rosa
Haroldo de Oliveira Jacinto
Alexandre Moreno Jerônimo
Iléa Ferraz Fátima
Joana Limaverde Catarina
Walney Costa Dr. Lourenço
Edson Montenegro Mandinga
Lucimara Martins Maria Benguela
Luciano Rabelo Amaro
Ludmila Dayer Isabel Gonçalo
Ingrid Friedman Ana Gonçalo
Otávio Victoriense Carlos Cabral

Participações especiais[]

Intérprete Personagem
Dalton Vigh Frei Inquisidor Expedito
Reynaldo Gonzaga Contratador Felisberto Caldeira Brant
Kristhel Byancco Emerenciana Caldeira Brant
Lu Grimaldi Fausta
Thalma de Freitas Caetana
Paulo César Grande Evaristo de Sepúlveda Toledo
Rômulo Arantes Capataz Geraldo
Cássia Linhares Cândida
Sérgio Viotti Conde da Barca
Sérgio Britto Conde Valadares
Léa Garcia Bastiana
Sílvia Buarque Elisa
Marcos Breda Amadeu
Paulo Reis Comandante Lopes Carvalho
Ana Cecília Costa Tomásia
Lui Mendes Malé
Rosita Thomaz Lopes Irmã Vasconcelos
Zózimo Bulbul Caetano
Mário Cardoso Capitão-mor Sebastião Albuquerque
Lourdes Mayer Madre Superiora Luzia
Alexia Dechamps Condessa Efigênia
Dona Zica Josefina
Sérgio Fonta Doutor Pedras
Marjorie Andrade Amélia
Cicciolina Ludovica de Castelgandolfo
Cláudia Borioni Teodora
Ademir Zanyor Bartolomeu da Silva Oliveira
Camacho Costa Bispo Abreu
Nill Marcondes Mambenfe
Delma Silva Jelena
Ney Padilha Juvenal
Renata Oliveira Agnes
Milena Acosta Pia
Glória Portela Veridiana
Érica Marques Benedita
Ivano Nascimento Diogo
Marco Polo Dragão Túlio
Mônica Moura de Castro Almerinda
Romeu Evaristo Damião

Produção[]

A novela contou a história da negra escravizada Chica da Silva, utilizando momentos verídicos de sua trajetória e fazendo uma retratação histórica forte de um Brasil Colonial cruel e impiedoso. Foram investidos cerca de US$6 Milhões na produção. Cenas externas foram gravadas em Minas Gerais e em Lisboa, Portugal, no Palácio Pombal, para o último capítulo.

O elemento que causou maior mistério entre público e imprensa era a identidade do autor que assinava a novela: Adamo Rangel, um nome desconhecido, descrito como escritor esotérico e formado pela USP. Houve até especulações de que Adamo se tratava de algum autor da Globo que estava escrevendo para a Manchete em segredo. Mas um mês antes do fim da trama, foi revelado que o autor era Walcyr Carrasco, então assessor do departamento de dramaturgia do SBT.

Walcyr Carrasco estava descontente com a emissora em que trabalhava por não conseguir a aprovação para escrever novelas. Ele aceitou o convite de Walter Avancini, mas desde que continuasse trabalhando no SBT. Então, o autor criou um pseudônimo para evitar problemas.

Taís Araújo, que havia atuado em Tocaia Grande, foi selecionada por Avancini após uma rigorosa seleção para escolher uma atriz para viver a personagem-título. Como uma homenagem, Zezé Motta interpretou a mãe da protagonista. Ela viveu Xica no filme de Cacá Diegues, de 1976, e em um episódio de Aplauso da Globo em 1979. Curiosamente, Reynaldo Gonzaga, Sérgio Britto e Maria Alves, que estiveram na produção da Globo, também integraram o elenco da novela da Manchete. No final da trama, Zezé Motta reviveu Xica, mais velha, após uma passagem de tempo. Enquanto Taís Araújo viveu a filha dela, Joana.

Alexandre Lipiani, intérprete de Padre Eurico, morreu em 24 de maio de 1997, vítima de acidente automobilístico, antes do encerramento das gravações. O capítulo 182, exibido no dia 28 do mesmo mês, foi iniciado com um texto em homenagem ao ator.

A novela se destacou por apelar para muitas cenas de nudez e sexo. E também em cenas pesadas envolvendo agressão, estupro, assassinato e tortura. Algumas cenas se tornaram emblemáticas: quando Xica (Taís Araújo) arrancou os dentes de Almerinda (Mônica Moura de Castro); quando Xica manda esquartejar Damião (Romeu Evaristo) e usa sua carne para fazer uma feijoada que é servida para Violante (Drica Moraes); quando Clara (Adriane Galisteu) é estuprada em um curral; quando Elvira (Giovanna Antonelli) é torturada por Violante, tendo seu cabelo cortado, suas vestes rasgadas e sendo amarrada em uma árvore, tendo o seu corpo e rosto coberto por fezes; quando Zé Maria (Guilherme Piva) tem suas roupas roubadas e é humilhado nu pela população de Arraial; e quando Xica é torturada por Emerenciana (Kristhel Byancco), obrigando-a a engolir um ovo cozido fervente.

Muitas das cenas de nudez foram feitas por Adriane Galisteu, que revelou que chegou a ser assaltada durante as gravações. e que fazer a novela a deixou traumatizada. Já Taís Araújo, no começo das gravações, não podia fazê-las por ter dezessete anos de idade. Walter Avancini esperou o aniversário de dezoito anos dela para começar a gravar cenas de nudez com a atriz. Em entrevistas, Taís relatou seu desconforto ao gravar cenas do tipo, pedindo por dublês de corpo.

Em 8 de março de 2021, em entrevista ao Roda Viva da Cultura, Taís Araújo revelou um atrito com Walter Avancini e uma bronca que recebeu de Walcyr Carrasco após se recusar a gravar uma cena que insinuava um sexo anal.

Ana Cecília Costa, intérprete de Tomásia, foi demitida por Avancini após se recusar a fazer uma cena em que sua personagem era obrigada por Xica a usar arreios. Walcyr Carrasco declarou que ficou sabendo da saída da atriz quando viu o diretor mudou a cena e colocou a personagem morrendo por um tiro.

A novela contou om vários atores portugueses em seu elenco. Uma das participações especiais de destaque foi a da atriz pornô italiana Ilona Staller, conhecida como Cicciolina, que viveu Ludovica.

As cenas fortes, tanto as sensuais quanto as violentas, tornaram a novela um grande sucesso. Fazendo a Manchete, que já estava em crise financeira, retornar ao terceiro lugar de audiência. A abertura, com imagens da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, causou polêmica e irritou devotos de Nossa Senhora da Concenção, por Taís Araújo aparecer representando a santa. Onde ela era quase despida e, no final, sorria maliciosamente.

Aproveitando o êxito, a emissora promoveu um sorteio semanal de prêmios durante a reta final da novela, através de ligações telefônicas por 0900. Para isso o telespectador precisa dar o seu palpite sobre quem o Comendador João Fernandes (Victor Wagner ficaria no final: se com Xica, Violante, ou sozinho. Cada opção contava com um número de telefone de diferente, e os telespectadores que ligaram para a opção certa, participaram de um último sorteio, que aconteceu ao final da exibição do último capítulo, concorrendo a dois carros e dois celulares. O sorteio foi apresentado por Giovanna Antonelli e Guilherme Piva, e contou com reportagens de pessoas na rua opinando sobre o final do personagem.

Além do Brasil, a novela fez sucesso internacionalmente, em vários países. O êxito gerou uma matéria no jornal The New York Post, quando a trama foi exibida nos Estados Unidos e dobrou a audiência da Telemundo, que a exibia. O canal hispânico contratou Taís Araújo para participar de um reality show. E posteriormente, a atriz fez uma participação na novela colombiana Betty, a Feia.

Reprise[]

Foi reprisada pelo SBT, que comprou os direitos de exibição da Bloch Som e Imagem. Exibida às 21h15 entre 28 de março a 9 de dezembro de 2005, em 218 capítulos. Nesta reapresentação, a abertura foi refeita e a trilha trocada pela música "Xica da Silva" de Jorge Benjor, que foi tema do filme de 1976. Na ocasião, Giovanna Antonelli processou a emissora por questões de direitos de imagem. Marcou 10,56 Pontos de média geral de audiência, curiosamente um ponto a mais que a média da exibição original na Manchete.

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